quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Vamos fazer disto um jogo?

VAMOS FAZER DISTO UM JOGO?
por Mentes Despertas
https://apoioaaprendizagem.wixsite.com/mentesdespertas/treino-de-competencias




As questões enviadas depois da publicação "Castigo?" referiram-se na sua maioria em como pôr em prática a ideia de consequência sem ser necessário estar sempre a voltar à mesma conversa quando o combinado não é cumprido.
Não é assim tão difícil.
Nas crianças/jovens, assim como nos adultos, o interesse aumenta quando o apresentado tem uma forma renovada e apelativa (use plataformas digitais, cores ou atividades preferidas) e quando o seu conteúdo nos interessa pessoalmente.
Assim, pense no que poderia funcionar consigo ou com quem o rodeia e, o mais certo, é também funcionar com o seu filho/aluno.
Como é mais fácil recordarmo-nos do que "entra" no nosso cérebro por várias vias (ouvidos, olhos, pele) escrever (de forma muito simples) o acordado pelos dois pode ajudar a que nenhum se esqueça do combinado e se evitem deslizes e ou tentativas de alteração.
Para além de motivar para a mudança de comportamento, este acordo serve também para fomentar a responsabilidade do próprio no seu sucesso, incrementar o respeito mútuo necessário à relação e ajudar na gestão de tempo, expetativas e frustações. Muitas vezes pode ser também aproveitada para trabalhar a matemática e a leitura funcional, assim como o preenchimento de formulários (em crianças mais novas).
Antes de abordar o assunto, o adulto deve pensar no que pode oferecer que realmente interesse (a concretização é importante para o reconhecimento do sucesso) e em que moldes se encontra disposto a negociar. Depois de o acordo estar fechado não é aconselhável esquecê-lo, desfazê-lo ou alterá-lo (a não ser por razões imprevistas muito fortes).
Dependendo da idade, compreensão e tolerância em relação à espera por parte da criança/jovem o acordo pode estender-se mais ou menos no tempo e ter moldes mais visuais (sistema de cores, autocolantes, sinais escritos) ou abstratos (pontuação), mas deve ser muito explícita a escala de pontuação e qual a necessária para se ganhar o prémio ou cumprir o acordo.
Depois resta ter paciência e mostrar-se sempre confiante (mesmo que ao longo do processo vá tendo dúvidas). Se for a medida adequada acabará por funcionar, mas tente retirar a ansiedade do processo.
Opte por começar por recompensas simples e rápidas e vá evoluindo a partir daí, conforme os dois se sentirem confortáveis.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

DEMONS


   "I thought my demons/ were almost defeated/ But you took their side/ And you pull them to freedom/ I kept your secret/ And i thought that you/ would do the same" Demons, Jacob Lee

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Vapor de água

Desconhecido

Depois.

"


A vida escorre por mim devagar.
Os dias aos quais calmamente se seguem as noites.
Cada vez maiores.
(...)
As pequenas desilusões deixam o espírito inquieto.
Sei que não existe um caminho mais fácil para viver com consciência tranquila.
Sei que não existem soluções simples para o ser complexo que descobri em mim.
Fui descobrindo com o tempo que o tempo não faz mais do que correr e que tudo o resto que lhe atribuímos é antes fruto do nosso esforço, da nossa inconstância.
(...)
Quebrei a custo as pedras da gruta onde me prenderam por anos ou onde me deixei esconder.
Continuo sem certezas sobre isso.
Ou tão pouco sobre as razões, os motivos, as justificações.
(...)

Rasguei de novo a pele das cicatrizes mal curadas ou nas infeções que não sabia existirem.
Percebo que o mundo que descobri não era o mundo que tinha construído em mim (...)
Já não quero estar exposta ao calor abrasador do sol, ao encanto irresistível da sombra verde ou ao apelo excitante da imensidão do mar.
Dou por mim a fechar de novo as janelas demasiado rasgadas que abri para o mundo.
(...)
Quero ver de dentro para fora.
Quero ver o efeito das rajadas de vento protegida no meu calor.
Quero observar as tempestades de areia protegida sob o meu teto.
Arrumei na gaveta o espírito aventreiro e a vontade de arriscar.
Descobri o que queria e vivi tudo o que no momento conseguia suportar, mas mais perdida me encontro no meio destes seres em quem não posso confiar.
Páro e já não sinto nenhum carinho especial por nenhum dos caminhos a seguir.
Cansei-me de caminhar sozinha (...)
Não encontrei nos meus trilhos quem me soubesse acompanhar.
Quero voltar ao lugar seguro do qual me libertei.
Já não quero deixar-me convencer pelas hipóteses.
Fico.
Assim.
Tentando desenhar vasos de cerâmica colorida onde colocarei, quando o conseguir, algodão doce de onde florescerão ramos de estrelas recheadas dos sonhos que sei ter o direito de viver.
Um dia.
Outro dia.
Depois. "

T. 12/2005


segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Das Trevas



Eu olho-te aí.
Imóvel.
Quase como uma escultura de pedra.
De mão pendida no tornozelo em busca de um pouco de humanidade.

Não te voltes.
Dificilmente conseguiria disfarçar o quanto me impressiona essa solidão que trazes dentro de ti como parte integrante do teu ser.
O que serias tu sem essa negritude que te habita?
Sem essas portas, cadeados, grades?
O que escondes por trás de tantas proteções, muralhas e cercos?

Quase um fantasma, de consistência ténue, de comportamento fugaz.
A vontade de te querer sempre ladeada pela sensação de seres cada vez mais líquido que se esvai entre os dedos da minha mão.
- Podíamos ter sido tanto. Podíamos ter sido tudo... - sussurras.
Não sei bem se para mim ou para ti.
Ainda assim ecoa no meu peito a dor que expressas, a desilusão que sentes, a união que se desfaz a cada olhar antes tão cúmplice.

- Mas afinal o que te magoou?
Silêncio.

Mais silêncio.

Quietude.
O peso da respiração de quem esconde tão mais do que pode mostrar.
O dedo desliza, quase imperceptivelmente pela chávena de chá que seguras encostada à bochecha direita, numa tentativa desajustada mas tão tua de aqueceres a própria alma.
A tua voz soa clara e segura:
- As minhas próprias expectativas.

E quando o teu olhar se desvia, finalmente, para mim vejo, mais nitidamente do que nunca, esse negro por trás do teu olhar doce cor de súplica.
Uma escuridão tensa e magoada que se foi desvendando nos silêncios que não soube escutar, nos movimentos da garganta que não consegui desprender, nos músculos marcados da face que tudo o que fomos não conseguiu suavizar.

Mas ainda assim, o teu sorriso, uma ténue esperança de que o vapor do que envolve o teu corpo, por vezes tão azulado, corroa algumas fechaduras e deixe sair também luz por entre as cerradas trevas.

Que mais marcantes que as páginas que se revelam de ti, sobre as quais já não tens poder, possam ser as letras que te constroem.
Que soltas possam assumir uma caligrafia mais livre, um traçado mais meigo, uma ordenação mais simples, organizando-se numa composição mais popular  nas páginas ainda em branco dos dias que estão por vir.

A vida não é aqui - 2

No estilo muito próprio do autor, desenrola-se sob os nossos olhos a vida de um poeta recheada de trivialidades, acasos e coincidências.
Aqui e ali, surpreende-nos com verdades que nos arrepiam deixadas assim, como ao acaso, entre uma linha e outra.



" Existe um certo número de perguntas femininas clássicas que todo o homem encontra mais cedo ou mais tarde na sua vida e para as quais os estabelecimentos de ensino deviam preparar os jovens. Mas Jaromil, como todos nós, frequentava más escolas e não sabia que responder; esforçou-se por adivinhar o que a rapariga gostaria de o ouvir dizer, mas senti-se embaraçado."

"Olhou outra vez para o diário e verificou que a data assinalada pelos pontos de exclamação nada mais havia. É assim, para um homem tudo acaba no dia em que consegue ir pela primeira vez para a cama com uma mulher, pensava ela com amargura."

" Entre as numerosas visitas de Jaromil à cave da rapariga ruiva, gostaríamos de mencionar em especial a que lhe fez um dia em que ela tinha posto um vestido cuja parte da frente, da gola até à bainha, estava cosida uma fila de botões brancos. Jaromil começou a desabotoá-los e a rapariga rebentou a rir, porque aqueles botões eram apenas um enfeite.
- Espera aí. vou despir-me sozinha - disse ela (...)
(...)
(...) No seu espírito, a diferença entre um desnudamento amoroso e um tirar de roupa vulgar consistia justamente no fato de a mulher ser no primeiro caso despida pelo amante.
Não fora a experência a inculcar-lhe esta conceção, mas sim a literatura e as frases sugestivas: ele sabia despir uma mulher ou então desabotoou-lhe a blusa com um gesto ágil. Jaromil não conseguia imaginar um amor físico sem um prólogo de gestos confusos e impacientes que desapertam botões, puxavam fechos-éclar, despiam camisolas."


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Pestanejar ;)



Não sei se convosco acontece o mesmo, mas a verdade é que para mim não há produto de maquilhagem mais divertido do que a máscara de pestanas (muitas vezes denominada de rímel em associação à marca).

A minha busca sempre foi mais em volume e curvatura do que propriamente em comprimento ou definição, mas por voltas que a vida deu, dei por mim a precisar de todas essas coisas ao mesmo tempo (eu sempre fui muito exigente) e foi aí que descobri o produto (que uso todos os dias) e que me fez pensar em fazer esta publicação - Máscara de Pestanas Double Effect The One da Oriflame

A mesma máscara traz duas escovas que se encaixam uma na outra com os dois efeitos possíveis (comprimento e definição ou volume dramático). A ideia da sua concepção é dar a possibilidade de jogar com os dois looks diferentes, mas na verdade eu uso em complemento um do outro.

Primeiro a mais pequena que define e alonga (também é a única que uso nas pestanas inferiores) e depois de deixar secar uma ou duas camadas da mais larga para o volume (depende da hidratação da pestana, porque quando a primeira camada fica muito rígida já não vale a pena aplicar mais, pois só pesa e não faz o efeito pretendido).

A aplicação tem que ser feita com algum cuidado, porque a máscara seca depressa e é bastante resistente (logo custa muito a tirar). Aconselho uma toalhita húmida por perto e de preferência uma escova sem produto para levar uma ou outra pestana ao seu lugar antes de secar

As desvantagens deste produto são a dificuldade em retirar completamente (mesmo com os produtos certos) e a necessidade de ir repondo a hidratação da pestana (na verdade não conheço nenhum produto que dure que não tenha este problema. Para alguns o fato de ter que ser comprado online  ou a um vendedor oriflame também pode ser um probema. Para mim até facilita, porque gosto de fazer compras rapidamente e confio bastante na marca, em anos de utilização. 
Acho que só experimentando e criando o hábito do processo. O preço  (16,00, mas facilmente pode ser comprado em promoção) é acessível para a qualidade do produto, uma vez que quem conhece a marca sabe que não há efeitos indesejados na utilização prolongada. 


Apesar de adorar este produto, as minhas máscaras de pestanas favoritas são geralmente da Maybeline, por terem sempre escovas muito bem desenhadas e de facto eficazes. Sempre na vanguarda e a tentar criar um produto de facto diferente a um preço muito acessível (12,00) e à venda em qualquer supermercado (entre outros). Estas foram as que eu gostei mais (quando a minha busca era o volume).


Normalmente gosto tanto das escovas desta marca que as guardo para usar com máscaras de maior hidratação (normalmente da L'Oreal ou Oriflame). A propósito deste meu hábito, impossível não referir as novas escovas da Oriflame, criadas especialmente para este efeito (às vezes parece que adivinham o que eu preciso), cada uma criando diferentes efeitos (comprimento, volume ou curvatura) com a máscara de que mais gostamos (mesmo aquelas de cores, estão a perceber?)

 

Existem no mercado outros produtos que publicitam os dois efeitos, mas do que fui experimentando, nada como usar escovas diferentes para se conseguir o que se pretende. Ficam estas duas sugestões que parecem prometer mais ou menos o mesmo. A primeira (35,00) apresenta os produtos em separado, o que todas sabem que complica o processo, o transporte e a arrumação, mas pode compensar se o produto for muito mais hidratante (não testei, por isso não sei). A segunda (15,00) promove o volume com um creme enriquecido, o que eu já experimentei e não vi dferença quase nenhuma (a não ser na hidratação e não foi esta em específico).

Ficam as dicas. Agora... divirtam-se ;)

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Escreve rápido (desafio)

Somos...


Somos vida.
Somos emaranhado.
Somos cor.
Somos sorriso ao acordar em cada manhã.
Somos mágoa no silêncio da noite longa.
Somos esperança para lá da madrugada.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

CASTIGO?

CASTIGO? 
Por Mentes Despertas 
https://apoioaaprendizagem.wixsite.com/mentesdespertas


Existe uma vertente na educação de crianças e jovens que se oferece com uma criação de hábitos de trabalho, de estudo e aprendizagem com valores de cidadania e serviços para a sua formação pessoal com reflexão direta na sua prestação profissional. 
É habitual que os agentes da comunidade escolar (professores, técnicos, famílias) se confrontem comições eticamente desafiantes e muito difíceis de pôr em prática numa vertente de continuidade e não punitiva. 
As respostas da criança / jovem aos castigos são especialmente negativas e pouco eficazes. Muitas vezes provoca uma quebra na relação empática entre o adulto e aquele que, como em qualquer relação, conduzirá rapidamente ao descrédito, desrespeito e muitas vezes oposição do que é dito ou pedido.
Quem não usou como frases "Se não hacees ficas de castigo". "O teu castigo vai ser"? Não são como palavras ou como frases que estão erradas, mas o contexto e o tom como são ditas. 
Será mais fácil evitar uma palavra castigo e substituir-a por um com o mesmo sentido, mas, se tal dificil o entendimento da criança para o que se está a passar, desmistificando com uma rotina, ela passa a ser (como é) uma palavra ausente de conotações negativas adicionais. 
O que importa é conversar, negociar com uma criança / jovem uma consequência negativa do seu ato antes de eleventar, alertando para o motivo de ser uma ação menos correta que não deixa outra alternativa senão a aplicação consequência negativa combinada (que em teoria concretiza a consequência negativa abstrata a longo prazo já trabalhada).
Um exemplo: "Tens de fazer o trabalho de casa porque uma professora vai-se zangar / ficar triste contigo". Seria mais benéfico o adulto que reúne os requisitos para tarefas como tarefas escolares enviadas para a casa para o treinar (conteúdos e criar processos individuais de aprendizagem) e não só para cumprir uma imposição. Ainda que esse cumprimento também é importante, é um produto que é mais fácil de usar, é mais fácil, aceita mais facilidade e empenho que é a pedido ( o que levará a resultados ainda melhores).
É muito importante esclarecer exatamente o que é e não é aceitável em cada situação, tendo uma certeza de que os limites são aceitáveis ​​para uma criança / jovem e que seja facilmente acessível. Ou seja: uma criança / jovem tem faltas de material ou tem que ser o adulto a arrumar o material para a escola. O combinado entre os dois e a criança que possui todo o material necessário para uma escola, sem ajuda do adulto. Se você está procurando por um preço mais baixo no que diz respeito ao tamanho, mas o melhor é dar meia volta em silêncio. Ainda não é uma forma de não ultrapassar o limite, não é correto, não é errada, podemos ser conversada, mas não não é momento de execução da tarefa.
Como se diz várias vezes, o processo ensino / aprendizagem em que contexto for é mútuo. É o adulto que tem que se adaptar e saber gerir hábitos, preconceitos e fracassos. É preciso respeitar e estar atento à criança / jovem, pois como alguém já disse "no momento em que nascem trazem com eles o manual de instruções".

domingo, 19 de novembro de 2017

Bicho de sete cabeças


" Eu não sei nunca quando é que a tua loucura 
é tão somente a verdade que eu não consigo perceber."

Não consigo identificar o autor, mas li esta frase (ou algo semelhante) com 7 anos num pequeno livro de poemas e jamais me saiu da cabeça. 



Poderoso. Cru. Chocante.
Brilhante trabalho. 
Inacreditável prestação do autor principal.

Não aconselhável a pessoas sensíveis ou menos informados sobre os  possíveis terrorres  das institucionalizações.

Chamada de atenção para o excesso da normalização, do mal informado uso de medicação, dos perigos dos conceitos pré-concebidos.

Para os que adoram boas imagens também não é uma boa recomendação. O filme é antigoe foi-me muito difícil encontrar um com qualidade suficiente para ser visto.

Depois da invenção da mentira...


E se, por um qualquer feitiço ou desastre, ninguém conseguisse mentir?

Houvesse uma plateia à minha frente e ouviria certamente o burburinho.
Uns porque "Ai, que horror!", outros porque "Isso é que era", ladeados, obviamente, pelo segredar dos que não ouviram bem, dos que falam da última notícia da revista de celebridades e daqueles que falam só por falar.

Arriscaria dizer que já todos nós pensámos que este poderia ser o remédio perfeito para isto de todos podermos dizer só e quanto queremos, manobrar a verdade ou mentir descaradamente, sem culpa ou punição.

Assim, considerando a mentira algo inadmissível em toda e qualquer circunstância, o Paraíso desceria à Terra e não existiriam mais as traições, os enganos, as suspeitas. 
Nem tão pouco se possibilitariam as surpresas, as traquinices, as partidas ou as mentiras piedosas.

A multidão emudece. Presta atenção.

Percebeu que a sociedade, tal qual está construída não se compadece com a verdade absoluta e que para o funcionamento do sistema, a mentira é um mal necessário.
Não obviamente a mentira despudorada ou gratuita, mas a que se conta ou que se diz quando as repercussões da verdade o justificam: para salvar uma vida, para evitar o pânico, para incentivar alguém.

Terá a mentira como algo tradicionalmente aceitável se transformado num lugar-comum na política, na economia e nas relações sociais e pessoais. Um talvez muito provável.

Este tipo de mentira trata-se de uma deficiência vergonhosa na conduta humana e no carácter do indivíduo, por ser criada em benefício próprio ou para prejudicar conscientemente o outro. Não obstante alguns se desculparem com a possibilidade de a verdade permitir diferentes pontos de referência e interpretação, sendo que aquilo que é de uma forma, pode ser também de outra maneira, esta é uma mentira que se expande para lá de diferentes interpretações, conhecimentos ou olhares.

Esta subjetividade inerente à verdade permitiu que a mentira como exceção à regra, prudentemente avaliada com base em princípios éticos, degenerasse e se tornasse viral, despurada, irrefletida.

A mentira que nos sustenta como organização, não deve ter a finalidade de tirar proveito do outro, mas sim de impedir que o outro tire proveito de nós ou de terceiros e só deve ser usada quando a verdade acarretar consequências mais danosas e indesejáveis do que a desonra e deslealdade de mentira.

Entre dizer ou não a verdade, como em quase tudo o resto, fica o pensamento, a emoção, a liberdade individual de decidir entre o que é melhor ou, na pior das hipóteses, menos desastroso em cada circunstância.

Pense nisso na próxima vez que mentir só porque lhe apetece.

T. 04/2014

sábado, 18 de novembro de 2017

Para (eu) Notar Bem!!!


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Good&Easy



Ingredientes (1px)

1, 5 colher de sopa -  de cuzcuz biológico puro
1 colher chá de amêndoa  em lascas
150 g de espinafres frescos
1 pedaço pequeno de gengibre (sem casca)
1/2 pimento
1/2 maçã com casca
1/2 cebola
1/2 tomate
2 ovos médios
50g de beterraba previamente cozida
1 colher café de creme culinário
noz moscada e sal a gosto
água


Conheço uma pessoa que tem a teoria de que quando postamos uma publicação relacionada com comida, as visualizações e os comentários crescem.

Pois. Acho que comigo não acontece isso. O que me acontece é ficar muito contente quando faço assim uma coisa tão simples e que sabe tão bem.

Não sou dada a grandes cozinhados, nem a muito tempo na cozinha. O que eu gosto mesmo é de chegar trinta minutos antes da hora da refeição, abrir o frigorífico e ir juntando os ingredientes sem pensar muito nisso.

Na verdade esta nova forma de cozinhar, com esta quantidade de novos ingredientes, acessíveis em qualquer lado, serviu-me como uma luva. Gosto de sabores diferentes e junções de sabores contraditórios e de várias texturas. Aprecio os alimentos crus ou pouco processados e os temperos naturais.

Tenho sempre a intenção de planear melhor a minha semana, mas na verdade vou comprando o que gosto e vou resolvendo antes de entrar na cozinha, sendo que muitas vezes cozinho para mais que uma refeição (e repito no dia seguinte).

Para quem gosta deste tipo de alimentação aqui ficam algumas ideias.

Eu dou preferência aos alimentos frescos (não congelados ou enlatados) e de preferência biológicos (de vez em quando tenho a sorte de alguém me dar, outras vezes compro). Prefiro prepará-los e se necessário congelá-los em doses mais pequenas, do que comprá-los previamente preparados. Assim consigo legumes e frutas mais saborosas, com mais nutrientes e também mais baratos.
Também tento comprar o que for da época, por ser mais económico, mas também por ser, geralmente, o que o corpo mais precisa no momento. A natureza sabe o que faz!

Preparação:

Cortar em pedaços pequeninos o gengibre, o pimento, a maçã, a cebola e o tomate.

Juntar numa frigideira antiaderente, em lume forte, o creme culinário com a maçã, a amêndoa, a cebola, o pimento e deixar saltear até a textura ficar dura (quase torrada).
Acrescentar um pouco de água (suficiente para cobrir os ingredientes que estão na frigideira) e juntar o tomate, o gengibre e os  espinafres.
Verificar se a quantidade de líquido é suficiente para que nenhum ingrediente esteja a secar, temperar com sal e noz moscada  e acrescentei o cuscuz.
Quando a cor e a textura dos alimentos muda para cozinhado (2/3 minutos), abrir dois círculos de forma a conterem os ovos, não deixando que a clara se espalhe.
Acrescentar os ovos, tapar a frigideira, mudar o lume para médio e ir verificando se a clara do ovo está branca e consistente.

Servir com cuidado para não rebentar a gema do ovo e acrescentar a beringela cozida (fria).

Acompanhei com chá detox morno. (um dia deixo a minha receita). 

Estava delicioso!



segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Trabalhar para criar, provocar, fazer a diferença. Ser, de verdade!

Vou continuar à espreita! ;)

2012

" Custa-me muito largar a tua mão e deixar-te para trás.
Quis sempre o melhor para ti, vasculhei em mim o melhor para te dar, lutei por ti, empurrei-te escada acima para que chegasses o mais alto possível.
Para ti esteve sempre o meu coração totalmente aberto, e a minha paciência e perspicácia a trabalhar. 
Às vezes revi-me em ti. Nos teus medos, nas tuas resistências, mas também nos teus esforços, na tua sensibilidade, na honestidade das tuas ações. 
Quis pegar-te ao colo muitas vezes e dizer-te que sabia que era difícil, mas mais forte do que isso foi sempre a minha vontade de que te pusesses à prova e que, com o tempo, pudesses sentir a maravilhosa sensação do sucesso, da vitória. 
Queria dar-te o prazer de conheceres a plenitude de te sentires realizado, de teres conseguido aperfeiçoar-te. 
Só por isso não pude, efetivamente, levar-te ao colo ou dar-te a mão. 
Mas embora não o tenha feito fisicamente, em nenhum momento deixei de o tentar fazer nos bastidores, de onde vi, com muito orgulho e emoção, a mudança da tua postura, do teu sorriso, da tua confiança.

Choro quando penso nesta despedida. Do adeus às conversas soltas, às gargalhadas, à cumplicidade que criámos nas lutas minuto a minuto. Sei que não facilitei, mas também sei que mesmo que não saibas expressá-lo, compreendes as minhas motivações e sentes o meu afeto.

Temo largar-te nas mãos de outra pessoa, mas sei que será sempre assim.
Eu sei que sou só uma etapa. Uma hipótese com tempo estabelecido. Uma janela na tua vida. 
Por isso a abro quer faça sol quer faça chuva, porque só tenho esse tempo e quero que o aproveites, ainda que depois ninguém volte a abrir a janela...

Apesar de racionalizar tão bem que não me pertences, parte de mim sente que te deixo na mão.
Que te empurrei no baloiço, te dei o poder de voar e que agora me afasto para não te ver cair.
Que é uma atitude egoísta, esta de me dar mais importância do que a ti.

Equilibro-me com dificuldade nestes pensamentos. 

Entrei neste jogo para mudar o mundo, queria influenciar pessoas, queria mudar pensamentos, mas foi o jogo que me mudou a mim.
Que me foi alertando para o que ainda é preciso fazer, me mostrou efetivamente tudo o que é preciso mudar.

Seja onde for, tu estarás sempre lá e eu estarei sempre contigo.
Pelo menos a minha energia e o bem que te quero e o quanto acredito que és capaz.
Mesmo que já não ouças a minha voz, podes ouvir-me dentro de ti. 
Escuta.
 Estarei a segredar-te que te animes e que te esforces. 
Tenho a certeza que chegas lá! " T. 06/2015

Repescado hoje, dando mais foco ao que verdadeiramente esteve por trás da sua escrita.
Um momento de "despedida" de um projeto profissional repleto de valor pessoal e emocional.
Relido com lentes de passado, sem arrependimentos, mas com o saudosismo próprio de quem prepara e trava batalhas, de quem vê nelas uma admirável justificação, de quem sente as ações do dia a dia como valiosas e de interesse para os outros.

Continuo à espreita, continuo onde estiver a torcer e a acreditar em Ti.
Se fechares os olhos e escutares o silêncio durante mais do que um momento de certeza  que vais ouvir-me sussurar-te ao ouvido: 
"Vai! Sei que És capaz!"



sábado, 11 de novembro de 2017

The Handmaid's Tale


Uma das melhores séries que vi até hoje. 
Impossível resistir ao impulso de vê-la toda de uma vez.
Chocante o suficiente para nos embrulhar o estômago no terror, marcante o suficiente para nos angustiar para sempre a mente, verdadeira que chegue para nos amedrontar em relação ao presente e ao futuro.
Uma história sobre um mundo tão distante e ao mesmo tempo à distância de um estalar de dedos. Uma verdadeira intervenção a todos os que andam adormecidos e que se deixam levar pelo que se vai dizendo.
Um alerta, uma mensagem, um aviso para todas as mulheres.
E para todos os homens que se importam com elas.
Um mundo angustiante, mas urgente de cogitar...

A série ganhou cinco EMMYs em 2017 e para além da história adaptada do romance homónimo de 1985, é repleta de símbolos e de cenas de uma realização brilhante e cuidada.
Vale a pena assistir.

" Margaret Atwood recorda como a perspectiva, nas filmagens e na fase de produção, mudou, no final de 2016. “A eleição aconteceu, e o elenco acordou de manhã e pensou ‘já não estamos a fazer ficção — estamos a fazer um documentário’” 

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Incorporar...


A queda de um anjo...


Será que te desiludi?
Que me descobriste menos especial do que me julgavas quando de mim conhecias apenas os meus olhos e não o meu olhar, os meus lábios e não o meu sabor?
Uma vez mais descubro as mesmas palavras, as mesmas sensações, ouço as mesmas desculpas vazias de lógica e significado...
Por que motivo insiste a vida em trazer-me de novo a esta desilusão.
Cada vez que me dispo das vestes de conformada com o destino que me traçaram, sofro e culpo-me: não deveria nunca voltar a acreditar.
O que vivi antes ensinou-me que o presente se revesteria disto, mas não quis incorporar em mim a informação. Esforçei-me por atrasar o processamento de que estava a tapar o céu com um véu colorido.Vi o fim antes do começo e mesmo assim, deixei-me levar...
Queria tanto deixar-me encantar, acreditar que tenho o mesmo direito que todos os outros...A amar e a ser amada...
Sentir a alma sair da escuridão, sentir os sorrisos mais sinceros, os olhares mais suaves. Sentir que me tocam o coração, entregar um pouco do meu ser...
Eu quis que o amor fosse cego e que não me deixasse ver que me enganava. É sempre tão complicado apaixonar-me verdadeiramente pelas pessoas com quem me relaciono que quis aproveitar a oportunidade de ter conseguido fazê-lo contigo.
Dar outro sentido ao toque dos teus lábios, ao afagar do teu cabelo...
Sentir-me no teu abraço... Quis sonhar, mais do que recolher motivos...
Queria dar-te a minha vida a partilhar, o meu espaço, os meus sonhos, os meus defeitos, as minhas manias... Achei que as minhas reservas me tinham prejudicado até aqui... Pensei que talvez nunca me tivesse permitido gostar de ninguém verdadeiramente.
Deixei que conhecesses os meus receios, queria conhecer os teus... Quis conhecer-te, abarcar-te em mim, prender o teu cheiro no meu mundo...
Vi-te sorrir, chorar e até dormir por alguns instantes... instantes em que pensei que poderia passar uma eernidade ao teu lado...
Durante dias fui viciada em ti...
E agora que partes, levas contigo estes meus devaneios e o meu acreditar..
Ainda hoje quando me deito sinto o teu corpo perto do meu e o carinho que julguei contido no teu abraço.
Ainda não consegui desligar-me da sensação de paz que senti ao ter-te comigo...
Hoje ainda te quero e é-me dificil viver a vida sem ti...
Durante algum tempo será assim...
Um sentimento que se mistura com um vazio, uma solidão, uma certa revolta...
Resta-me, de novo, continuar...

T. (04/2006)


quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Notar bem #5


quarta-feira, 8 de novembro de 2017

New Sunrise



Mais alguém ficou encantada com esta coleção da Zara Home?
E com a sessão? Estou rendida.



Para mim comprava tudo.
Ainda por cima tenho há muito tempo uma adoração por homewhere.



Acomodem-se um bocadinho nesta coleção Tendências que pretende ser uma interpretação moderna do clássico.
Até os preços são apelativos.

Esta não é uma publicação patrocinada. Todas as fotografias foram retiradas do site da Zara Home.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Talismã




" Dei-me ao trabalho de discutir mentalmente se tanto entusiasmo seria coisa certa ou atração momentânea. Bonita, sim. Mais: um jeito de falar e de se rir que despertava, primeiro simpatia, depois vontade de a acarinhar nos braços. O beijo, pois. Um beijo requintado, dir-se-ia sábio se a inocência não fosse nota dominante naquele rosto. Todavia, com beijo ou sem beijo, não sou um novato no conhecimento das mulheres, namoradas ou afins. Estranhei o fogo que me deixou uma Diana quase desconhecida mas, dei por certo, nunca se iria apagar. Mesmo que não me tenha ocorrido puxar pelo telemóvel e perpetuar o momento numa selfie."



" Cinco minutos elucidativos. Uma bela mulher, sozinha, afável, conversadora, morando perto, acreditei que noutra altura me sentiria tentado a prolongar o conhecimento. Não o fiz porque a imagem da Diana ocupava a minha cabeça e concluí: ela veio para ficar. Lamentei de novo ter esquecido a selfie ou fotografá-la só a ela, da cabeça aos pés, um calçado e outro descalço. Falhas graves, sem dúvida, embora não tanto como a de ficar sem o número de telefone. Há dias em que não sou perfeito."



"Associação de ideias tem isto: coisa que acontece traz consigo de volta algo acontecido, mesmo que na altura se tenha arquivado por pouca ou nenhuma importância."


Mário Zambujal em Talismã
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