quarta-feira, 10 de maio de 2017

Quando perdes tudo não tens pressa de ir a lado nenhum...

" Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar do que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. é preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e ações de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo." Dulce Garcia - Quando perdes tudo não tens pressa de ir a lado nenhum




        Intimista, com um ritmo rápido e mais companheiro que surpreendente.  Um livro sobre a vida e as relações entre seres humanos.





"Foi a Cármen que me deu uma fotocópia desta pérola... que tinha apanhado o texto num livro que alguém deixara no seu salão de beleza. Miguel Esteves Cardoso seria bem capaz de o ter escrito para mim. Se tivesse o número dele ligava-lhe a perguntar como é que adivinhou que é isto que sinto..." Dulce Garcia - Quando perdes tudo não tens pressa de ir a lado nenhum


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Me Before You




Uma história que nos faz repensar no que verdadeiramente importa na vida, no que não regressa, na força da adaptação, na coragem das opções que se tomam quando não se tem mais nada a perder.

Uma história que nos faz pensar em como se convive com a desgraça, com a incapacidade, com o menos daquilo que considerámos ser nós próprios, com o azarado acaso.

Uma história que nos abre hipóteses para lidar com o "Como é ter possibilidade de se ser tudo e ser tudo o que nunca se pediu ou sequer imaginou?", "E se fosse comigo? E se fosse com alguém a quem amasse?"

Uma história para relembrar a persistência da alegria inusitada, do brilho das pessoas simples, da esperança viva nos olhos de quem sempre lutou contra a maré mas com grande apoio e um sucesso medido de acordo com a pacatez dos desejos.

Uma história que nos chama a atenção para situações que apesar de muito dolorosas, são equilibradas pelos maravilhosos momentos partilhados.

Uma história para relembrar que um duro adeus pode ser mais valioso do que a eterna precaução de não ter ninguém que se possa despedir.

Uma história para confirmar que depois de qualquer grande ou pequena tragédia, a vida continua com o céu azul, o sol a nascer todos os dias e uma data de seres humanos pelas ruas a viver as suas próprias vidas e as suas próprias pequenas ou grandes tragédias.

Uma história para nos mostrar que cabe a cada um de nós a atitude de saber deixar-se ir no comboio até a outra estação ou passar o resto da vida preso numa estação que já não se renova ou numa tentativa irrealista e inglória de fazer o comboio andar para trás.

Verdade que a vida não foi feita para a controlarmos e é na consciência das capacidades da nossa participação que reside o segredo.
Copyright © T&M
Design by Fearne