Uma história que nos faz repensar no que verdadeiramente importa na vida, no que não regressa, na força da adaptação, na coragem das opções que se tomam quando não se tem mais nada a perder.
Uma história que nos faz pensar em como se convive com a desgraça, com a incapacidade, com o menos daquilo que considerámos ser nós próprios, com o azarado acaso.
Uma história que nos abre hipóteses para lidar com o "Como é ter possibilidade de se ser tudo e ser tudo o que nunca se pediu ou sequer imaginou?", "E se fosse comigo? E se fosse com alguém a quem amasse?"
Uma história para relembrar a persistência da alegria inusitada, do brilho das pessoas simples, da esperança viva nos olhos de quem sempre lutou contra a maré mas com grande apoio e um sucesso medido de acordo com a pacatez dos desejos.
Uma história que nos chama a atenção para situações que apesar de muito dolorosas, são equilibradas pelos maravilhosos momentos partilhados.
Uma história para relembrar que um duro adeus pode ser mais valioso do que a eterna precaução de não ter ninguém que se possa despedir.
Uma história para confirmar que depois de qualquer grande ou pequena tragédia, a vida continua com o céu azul, o sol a nascer todos os dias e uma data de seres humanos pelas ruas a viver as suas próprias vidas e as suas próprias pequenas ou grandes tragédias.
Uma história para nos mostrar que cabe a cada um de nós a atitude de saber deixar-se ir no comboio até a outra estação ou passar o resto da vida preso numa estação que já não se renova ou numa tentativa irrealista e inglória de fazer o comboio andar para trás.
Verdade que a vida não foi feita para a controlarmos e é na consciência das capacidades da nossa participação que reside o segredo.
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