Tal como as borboletas, Emília
sentia-se presa num casulo por demasiados meses, quando finalmente abriu as
portadas da sua janela e foi presentada com o brilho de sol no vidro.
Sorriu pelo acalmar da saudade
que sentia da luz, do azul, do chilrear.
Trocou as pantufas por uns
sapatinhos coloridos e as mantas que a tinham envolvido por uma blusa de linho.
Como se na primeira vez na sua
vida colocasse os pés fora de casa, inspirou calmamente o ar morno, deixou-se
perfumar pelo aroma dos metais agora aquecidos, alegrou-se com o amarelo das
flores silvestres que conseguia ver.
Caminhou, devagar, de olhos
postos no contorno das nuvens brancas e leves.
Sentia como se lhe nascessem asas
para poder bater os sonhos, as esperanças, os sorrisos para longe dali.
Esqueceu a dor do inverno, da
tempestade.
Perdoou as lágrimas, o desgosto,
a traição.
Prometeu tentar de novo e ser, desta
vez, ainda mais feliz!
T. (03/2014)
vencedoor no concurso promovido pela EC. ON 14
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