" Muito do que experenciamos quando lemos é uma sobreposição, ou uma substituição, de um tipo de sensação por outro: um acontecimento sinestésico. Um som é visto; uma cor é ouvida; uma visão é cheirada; etc. Quando menciono a passagem de um rio a vau, a sua "lama e sucção", o que quero dizer (e talvez aquilo que sentem) é o seu redemoinho, a frescura abaixo dos joelhos e os pés pesados...
Tateamos o nosso caminho através do mundo com o uso de analogias trans-sensoriaias (um sentido a descrever o outro), embora a maioria das nossas analogias sejam espaciais (como o futuro ser "em frente" e as notas de vibração rápida serem "altas"; estar feliz é estar "nas alturas" e estar triste é estar "em baixo"). Imaginamos que as histórias têm "linhas" e coordenamos valores, vales, clímaxes, como se os representássemos num gráfico, de um sentido incipiente para outro."
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