quinta-feira, 12 de abril de 2018
A Ordem Natural das Coisas!
Deus ou deus ou o meu pequeno Deus pessoal ou, como alguém disse, o Deus das Pequenas Coisas pode escrever muito torto, por linhas enviesadas, invisíveis, escritas com tinta mágica, com pouco de paralelas, nada regulares ou de similar entre si, mas, de verdade que escreve.
E não dorme. E não esquece. E não fecha os olhos.
Está lá.
A ordem irracional e, a nosso ver ilógica, das coisas existe.
Faz-se presente.
Acontece.
Na maioria das vezes nunca chegamos a perceber.
Noutras lembramo-nos mais tarde de num momento qualquer, num passado mais ou menos distante, termos pedido parte daquilo. Termos pedido sem medir consequências. Em hora de desespero. De ter reclamado do que achávamos que nos traria de volta. Sem especificações ou detalhes. Sem escolher cor, tamanho, nem tão pouco contexto, antecedentes, consequências. Pedimos somente com aquele fervor que reservamos no silêncio mais sincero do nosso ser.
Às vezes, apercebemo-nos logo do que nos ofereceu aquele acontecimento menos bom, aquela derrota, aquele bloqueio na estrada. Reconhecemos imediatamente no novo caminho um canteiro mais verde, uma flor mais perfumada, um terreno mais fácil de percorrer, uma movimentação mais animada.
É nestes momentos (em que percebemos tudo logo no instante seguinte) que acreditamos que talvez outros momentos que nunca encaixaram na nossa limitada mente, também tivessem que ter existido para que o resultado fosse esta nossa maravilhosa, cuidada e especial individualidade.
Que Deus vai facilitando caminhos. Oferecendo alternativas. Deixando barreiras que nos obrigam a demorar num certo ponto, forçando-nos a apreciá-lo. Preparando obstáculos para que, ao contorná-los, exploremos outros caminhos, antes precocemente descartados.
Que a vida nos põe à prova e nos torna elásticos, maleáveis, adaptáveis. Que nos engrandece a alma, nos aumenta a resistência, nos acalma as pressas. Nos torne sábios, generosos, agradecidos. Nos ensina que não há tempo a perder.
Que tudo isto acontece através das pessoas. Dos outros. De nós.
Que muitas pessoas nos magoam mas muitos nos cuidam.
Que por mais que uns nos rasguem a pele e o coração e nos roubem os sonhos e a ilusão, chegarão outros, dotados de uma delicadeza extraordinária que nos irão preenchendo os espaços vazios e saberão coser-nos delicadamente, devagar, sem que nos apercebamos.
E de repente, um dia acordamos assim, de pele remendada, coração cheio e a alma preenchida de paz, vida e emoção.
E sorrimos ao espelho.
Sim. Deus pode escrever por linhas muito tortas, enviesadas, invisíveis, pouco paralelas ou regulares, mas escreve.
Acreditas!
E nesses dias, o teu espírito fica leve.
Deixa de ser tua obrigação traçar o caminho, controlar a viagem.
Aproveitas!
Sabes que, dê por onde der, vais sempre chegar àquele que deverá ser (naquele determinado momento) o teu lugar.
imagem de avogado 6
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