sábado, 22 de novembro de 2014

"Perder a hora..."

Raymond Mcbride

Já por várias vezes as pessoas invejaram a liberdade que se depreende que têm as pessoas que vivem uma vida "individual" como eu...

Sempre entendi esta saudável inveja, mas na verdade sempre tentei manter-me mais ou menos nos mesmos condicionalismos de horários que as pessoas com família, numa idiota esperança de que tal me mantivesse com uma vida equilibrada e não tão desviante como parecem ser todas as vidas dos que vivem muito tempo sozinhos.

De fato, cada vez mais percebo que viver sozinha trouxe irremediavelmente alguns hábitos que serão difíceis de manter quando estiver mais acompanhada. Por isso mais hábito, menos hábito achei que não me ia matar.

Após alguns noites mal dormidas, decidi desligar-me do relógio e durante dois dias guiei-me só pelo que o meu corpo me pediu.
Descobri que as horas em que durmo melhor não são as mais convencionais, que como menos se não souber o tempo que passou e que se produz muito mais e com mais criatividade quando nos permitimos a esta extravagância.

Assim, nos fins de semana em que puder, vou simplesmente deixar o relógio na caixinha...
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