sábado, 8 de novembro de 2014

Esperançosamente, de volta ;)


David UzochuKwu



Esperançosamente, porque ainda não estou confiante de conseguir voltar a encaixar este tempo de reflexão no meu dia a dia, embora espere que sim ;)



Na verdade, embora tenha saudades de escrever, não tenho sentido necessidade deste espaço.

A vida, curiosa e surpreendente como sempre, vai-se alterando e enfiando em percursos mais ou menos inesperados e absorventes.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mudam-se as temperaturas, a claridade das horas, as perspetivas, as prioridades.

O tempo, com o seu incrível poder curativo, remenda-nos, facilita-nos a superação, recria-nos de e devolve-nos ao equilíbrio frágil de estar bem com o que nos vão oferecendo.


O processo de recuperação de algo que não nos fez bem ou nos fez muito mal é assim como que feito em camadas, que se vão sobrepondo silenciosamente, deixando cair as outras que já não fazem sentido. Fica a sensação de uma proteção vinda do mesmo "lugar" de onde veio o acaso que nos despedaçou.




Fica em mim (e em muitas almas que vou descobrindo no que leio) esta sensação de ter sido colocada em rotação, mas ter caído, apesar de tudo, exatamente onde tinha que estar.

Olho para o hoje dos outros, para o ontem de mim mesma, para os antigos projetos de um futuro risonho, e entre um sorriso e uma lágrima, penso que, embora diferente do que imaginei, este é o presente que me cabe, é o que devo aprender a aceitar.


Resignam-se assim as almas inquietas numa espécie de conformidade racional e esperança idílica de que um dia entre todos os outros, tudo passe a fazer mais sentido....
marta filipa disse...

Como vivendo coisas tão diferentes, e em idades e sabedorias um pouco distantes, nos foi colocar a vida a sentir coisas de forma tão igual.

Teresa Margarida Costa disse...

Clássico e por isso, intemporal ;)

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