Toneladas de gargalhadas e resmas de conhecedores sorrisos é o que nos oferecem, na maioria das vezes, os conselhos dos outros (normalmente mais velhos ou mais experientes) sobre a forma como acham que devemos levar a nossa vida.
À medida que
vamos vivendo por nossa conta e segundo a nossa cabeça,à nossa memória aflora-se com frequência aquilo que nos disseram.
Umas vezes a
alma enternece-se, confirmando as suas ideias,
outras vezes diverte-se,
gloriosamente, com a ingenuidade do que nos queriam fazer pensar.
Num tempo em
que tudo o que acontece parece já passado, sem solução e sem valor, não há lugar
para planeamentos, indecisões, prevenções ou para breves segundos de discórdia
entre o que desejamos e o que devemos fazer.
Daí que, quando a vida dá a volta por baixo, roda o desequilíbrio, o errado, traz o que nos
magoa, o que nos desinteressa, não há outra forma de lidar com a situação senão
fugir e esperar que a roda rode e nos volte a levantar.
Os mais incautos,aventureiros e desprevenidos empurrarão a vida para o novo, para o belo, para o que
nos atrai.
Se o futuro será presente em escassos momentos, não há forma ou lugar para remedeios, para
usar linha resolvendo pequenos rasgões ou pedaços de pano colorido para
remediar os grandes danos.
Já não há
tempo, já não há espaço, já não há hábito….
Num
futuro muito próximo deixará até de haver panos.
Por que
motivo quereriam as pessoas (as mesmas que vivem como se já tivessem morrido) de gastar o tempo com arranjos de situações velhas se tudo é substituível e o
novinho em folha é semelhante e a baixo preço?
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