segunda-feira, 21 de julho de 2014

Rascunhos #1





























Toneladas de gargalhadas e resmas de conhecedores sorrisos é o que nos oferecem, na maioria das vezes, os conselhos dos outros (normalmente mais velhos ou mais experientes) sobre a forma como acham que devemos levar a nossa vida.

À medida que vamos vivendo por nossa conta e segundo a nossa cabeça,à nossa memória aflora-se com frequência aquilo que nos disseram.
Umas vezes a alma enternece-se, confirmando as suas ideias,
outras vezes diverte-se, gloriosamente, com a ingenuidade do que nos queriam fazer pensar.
Num tempo em que tudo o que acontece parece já passado, sem solução e sem valor, não há lugar para planeamentos, indecisões, prevenções ou para breves segundos de discórdia entre o que desejamos e o que devemos fazer.
Daí que, quando a vida dá a volta por baixo, roda o desequilíbrio, o errado, traz o que nos magoa, o que nos desinteressa, não há outra forma de lidar com a situação senão fugir e esperar que a roda rode e nos volte a levantar.
Os mais incautos,aventureiros e desprevenidos empurrarão a vida para o novo, para o belo, para o que nos atrai.
Se o futuro será presente em escassos momentos, não há forma ou lugar para remedeios, para usar linha resolvendo pequenos rasgões ou pedaços de pano colorido para remediar os grandes danos.
Já não há tempo, já não há espaço, já não há hábito….
Num futuro muito próximo deixará até de haver panos.

Por que motivo quereriam as pessoas (as mesmas que vivem como se já tivessem morrido) de gastar o tempo com arranjos de situações velhas se tudo é substituível e o novinho em folha é semelhante e a baixo preço?
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