segunda-feira, 14 de julho de 2014

Dê a sua opinião #3

Bem...
Como acho que acontece a toda a gente acredito sempre que consigo fazer mais coisas do que aquelas que efetivamente faço. Daí ter estado tantos dias sem colocar mais textos. Desculpem.

Neste post deixo o último texto em consideração, agradecendo mais uma vez aos assíduos leitores e aos comentários que foram fazendo no blog, facebook, e-mail e alguns até por telefone.
Para além dos comentários habituais, agradecia que escolhessem o vosso preferido. 
O projeto será escolher um deles, sem possibilidade de alteração. Aquele que gostam mais, aquele que vos parece mais demonstrativo do meu estilo de escrita.
Não se envergonhem.
Um beijo,
T.

" Camisa de xadrez

Acordo.
Sinto a humidade por cima do cobertor gasto com que me cubro.
Está frio.
Estou encarquilhado, dorido da tentativa de me aquecer com o próprio corpo e da dureza do chão que consigo sentir debaixo do fino colchão.
Olho-te enquanto visto a minha velha e característica camisa de xadrez e coloco a minha boina, já coçada do uso, por cima da cabeça.
Há décadas que uso a mesma boina e as parecidas camisas de xadrez.
Há décadas que te olho ao acordar, enquanto dormes assim, com o cabelo espalhado sobre a cara e o corpo encolhido.
Nunca tivemos mais do que estes trapos e estes tarecos…
Nisso, o povo sempre teve razão…
Nunca chegámos a lado nenhum, como eles sentenciaram quando éramos jovens e só pensámos em beber e fumar…
Por diversas vezes, batemos num fundo ainda mais fundo do que o anterior.
Por diversas vezes, tivemos que nos esforçar por viver mais de acordo com o que o povo acha importante.
Muitas vezes tivemos que pedir ajuda e muitas vezes tivemos que suportar os olhares de pena, reprovação e indignação daqueles que outros pagam para nos “pôr na linha”.
Houve até alturas em que a tua companhia me cansou, em que vi na tua desgraça o espelho da minha e em que imaginei (ou talvez não) a tua amargura por tudo o que não conseguimos construir.
Hoje, ao sentir o calor do sol na cara durante o trajeto até à vila, sinto-me feliz por te saber à minha espera quando voltar, por te saber parte de um todo que só existe quando estamos juntos.
Porque o que o povo não adivinhou foi esta cumplicidade, este carinho, esta dedicação que para os que cumprem as regras é amor, mas que para nós eles achavam não passar pura luxúria.

Porque não quer ainda o povo reconhecer que o verdadeiro amor não segue regras e não se alimenta de razões, mas sim de invisíveis e inesperadas ligações a que, até os de quem nada se espera, podem aspirar…. "


Arminda Rodrigues disse...

Olá T.
Gosto bastante, mas o meu texto preferido é o 2, voto nessa ;)
Claro que a minha opinião vale o que vale já que eu sou uma nulidade na área :D
bj
ArmindaR

Teresa Margarida Costa disse...

Arminda: Uma nulidade na escrita?! Não é o que tenho visto ultimamente :P e de qualquer forma a opinião é de leitora, pelo que... é muito válida e preciosa...
Um voto para o segundo texto ;)

marta filipa disse...

Ainda é para opinar? Tenho andado meia distraída disto dos blogs (definitivamente o tempo não me dá para tudo, já será coisa de família querer fazer tudo). Eu estava a ler isto e tem uma forte presença visual o que é giro, porque nem é coisa tua prenderes o leitor a um espaço. Quer dizer, há sempre os teus pormenores mas geralmente com uma grande margem para uma pessoa imaginar o cenário.
Eu não consigo escolher só um.. Gosto muito dos três. O mais original o primeiro, com mais sentimento o segundo e mais tocante e próximo do leitor, este terceiro. Vê qual será a característica mais importante e escolhe um deles, qualquer um é muito bom.

Teresa Margarida Costa disse...

marta filipa costa : grande ajuda... hã.... beijo e obg

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