quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

E TU, ONDE ENCONTRAS O """"?

Uma das questões mais frequentes dos familiares com as crianças mais novas que começam a apresentar algum atraso na leitura/escrita é saber o que perguntar ou o que estudar com eles para os ajudar a ultrapassar essa dificuldade.

Ressalvando desde já que o processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita é bastante complexo e muito diferenciado em cada criança, pode o atraso (se ligeiro) nem chegar a ser um problema. Às vezes, a criança só precisa de um pouco mais de tempo para assimilar o que está a aprender. O que não ajuda em nenhum dos casos é a ansiedade.

Procure ajuda entre os seus amigos, compre livros sobre o assunto, leia artigos na internet, procure ajuda de profissionais ou mesmo da professora, mas não se culpe por não conseguir ajudar ou pelo que está a acontecer.

Existem variados jogos de palavras que, num ambiente mais descontraído e fácil de encaixar na rotina familiar, pode propôr à criança. A maioria deles são trabalhados nos jardins de infância ou pré-escolas entre os 3 e os 6 anos, mas podem ser continuados enquanto as dificuldades se mantiverem por lá.

A leitura e a escrita (assim como o cálculo) são aprendizagens que envolvem muitos conceitos abstratos, o que torna mais difícil o processo de ensino/aprendizagem, por envolver processos mentais complexos que a maioria das pessoas desconhece e sobre os quais não sabe agir.

A maioria dos jogos de palavras tem como estratégia principal concretizar estes conceitos e compartimentar os processos de aprendizagem.

É o caso do jogo E TU, ONDE OUVES O ""? jogado no Mentes Despert2s no final das sessões ou quando é preciso fazer uma pausa entre atividades menos lúdicas. Neste jogo, as aspas são substituídas por um som que reconhecemos como o que é representado pelas diferentes letras do alfabeto. Convém começar por vogais e por sons abertos (tónicos), como os que se ouvem nas sílabas destacadas em "casa", "erva", "livro", "óculos" e "urso". Se for possível ir apresentando a palavra escrita ao mesmo tempo (de preferência em letra de imprensa- pode ser num telemóvel, computador ou tablet) a associação do som à letra correspondente torna-se mais fácil.

Depois de alguns jogos, é possível que a própria criança repare que outros sons correspondem às mesmas letras, mas se tal não for o caso, pode começar por substituir as aspas por sons mais fracos (átonos) para ajudar a esta consciencialização dos diferentes valores fonéticos de cada grafema. Por exemplo em sons como os destacados nas palavras "cama", "dedo", "devia", "dono", "começar".

O jogo é interessante, porque pode ser jogado com as várias pessoas da família e tornado numa atividade engraçada, onde até se pode aumentar o vocabulário da criança e melhorar a dicção e a articulação, trabalhando também a própria extensão da palavra e a consciência do próprio conceito de palavra e com os mais velhos, a própria ortografia da palavra.

É um jogo simples, mas muito completo.

Antes de iniciar as consoantes, trabalhe os ditongos como em "saia", "deita", "cuida", "doida", "mãe", "põe". Vá tentando incluir os sons nas diferentes sílabas ou posições das palavras, como por exemplo "avó", "ovos".

Quando iniciar os sons formados pelas consoantes, convém acrescentar uma vogal a seguir (uma vez que as consoantes sozinhas não formam um som) seguindo a mesma ordem dos sons abertos para os fechados, ou seja, procurar o som de "DÉ" e "FÁ" e só depois o de "DE" e "DÊ" ou "FA".

Não se deixe prender com as grafias (forma como se escreve), muitas letras do alfabeto tem a função de criar sons. Por exemplo se estão à procura do "FA" como "fama" é possível que apareçam palavras como "fantástica", "fanta" que se servem da consoante "N" para fechar o som do A. Nestes casos, a apresentação da palavra escrita também vai ajudar na assimilação destas regras.

O importante é que quanto mais exposto a criança estiver às palavras escritas e disponível pela análise e decomposição das palavras em sons, mais concreto se tornará o processo de aprendizagem da leitura/escrita e, por isso, de mais fácil aquisição.

Deixe a criança levar o seu tempo, crie competições saudáveis.
Divirta-se! O bom ambiente ajuda na consolidação das competências.


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