Não desilude. Muitas reflexões sobre as mulheres, os seus corpos, as pessoas a quem, inevitavelmente pertencem. A Classe social da qual, por mais dinheiro que tenham ou gastem não conseguem apagar.
Um desfiar diversificado, intenso e interessante do pensamento de uma jovem mulher:os receios, o propósito dos estudos e a influência da falta deles, a amizade, o amor, a família, o sexo, a segurança disfarçada de entrega, a fuga, o bom senso.
Demasiado intenso para possibilitar uma descrição simples ou fiel.
Fica um bocadinho.
""Queres estar em casa? Óptimo. Foste tu que quiseste trabalhar,eu nunca to pedi. É verdade ou não?"
"É verdade."
"Pois então fica em casa,a mim só me dá prazer."
"Também não quero estar em casa."
Ele estava quase a perder a calma, o único modo que conhecia de acabar com a ansiedade.
"Se tu também não queres estar em casa, pode saber-se que raio queres tu?"
... respondeu:
"Quero ir-me embora."
"Ir para onde?"
"Não quero estar contigo, quero deixar-te."
... não soube fazer mais nada senão rir-se. Aquelas palavras pareceram-lhe tão desmedidas que durante alguns minutos pareceu aliviado. Deu-lhe um beliscão na face, disse-lhe com o meio sorriso habitual que eram marido e mulher e que marido e mulher não se deixam, prometeu-lhe até que no domingo seguinte a levava à Costa de Amalfi para se descontraírem um bocado. Mas..."
"Experimentou uma vez mais, creio, o fascínio de se apagar: acabou-se tudo aquilo que havia sido (...)"
"A vida em comum durou vinte e três dias."
Enviar um comentário