A ti, que lutas com garra para manter em ti todos os pedaços soltos do teu coração partido.
Não desistas da batalha. Não te canses e abras a mão deixando que os pedaços que te fizeram ser feliz se percam para sempre, levados pelo vento para outro sítio qualquer.
Serena. Mantém-te vivo. Suporta a dor. Espera.
Porque existirá um tempo, chegará em breve um momento em que regressam de livre vontade ao nosso corpo, os pedaços que nos pareceram perdidos para sempre. Aqueles que te esforçaste por agarrar a beira do precipício.
Pedaços soltos em que se desfez o nosso coração quando alguém o partiu irremediavelmente.
Não que volte a ficar inteiro.
Pelo menos não igualmente inteiro.
Pode ficar novamente sem falhas, sem correntes de ar, denso, ligado, forte, mas tempo algum o conseguirá restituir igual.
Faz parte da vida, saber ser feliz mesmo de coração remendado.
Uma vez.
Outra vez.
De vez.
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