Incêndios

Não é meu hábito pesquisar sobre os filmes antes de o ver.

Acho mesmo que a história perde parte da sua piada, mesmo que geralmente não nos cheguem a contar o fim.

E foi o que aconteceu com este filme. Acho até que o trailler anterior conta mais da história do que seria necessário.

Como é visível no mesmo, o filme conta uma dramática história familiar, muito envolvida em contextos de guerra e medo, mas que acaba por se revelar bem mais cruel do que o esperado.

Impressionou-me a coragem de se ir ao fundo da questão, de tudo ser retratado de forma clara e sem preconceito, sendo a realidade bem mais cruel do que a nossa fantasia costuma retratar.

Para pessoas pouco sensíveis...

Ausência

Raramente é mau sinal quando fico mais tempo desaparecida. Normalmente é sinal de que ando por aí, a aprender e a recolher impressões para depois escrever. O que é bom e me faz bem.

Também não é segredo para ninguém que não tenho uma relação especial com o computador e que o ligo apenas quando é extremamente necessário...

Desta vez não andei por aí "na gandaia", nem deixei de estar com o computador ao colo durante horas a fio. Pela primeira estive a dedicar-me à escrita do que alguns chamam de uma "obra" para com ela participar num concurso literário.

No meu primeiro concurso, muito motivada pela discreta insistência da minha irmã mais nova em não deixar passar a oportunidade de dar um sentido mais funcional a todos os papelinhos e caderninhos que vou escrevendo.

Na verdade a experiência foi muito diferente do que eu imaginava. Mais do que tudo fiquei impressionada por ter passado mais de vinte horas a preparar uma singelas e não especialmente escritas quinze páginas. Depois fiquei também muito surpreendida por dois terços desse tempo terem sido passados a corrigir, mas principalmente a apagar o que tinha escrito.

O que me presenteou com um par de conclusões para mim muito significativas:

- afinal sou mais do género de escrever um romance do que de escrever um pequeno conto;

- o mais dificil não foi escrever a história a contar, foi lidar com as restrições dos caracteres;
- escrever histórias simples, com sentidos abertos, explícitos, quotidianos pode ser ainda tão interessante como escrever opiniões, sentimentos, ideias sem nunca as concretizar;
- é possível reviver, vezes sem conta, o que vivem, sentem e pensam as personagens que criamos, nas situações que lhe oferecemos;
- escrever é esquecer o tempo e  a nossa realidade, é até perigosamente viciante e inebriante.
Por isso, esta foi para mim uma experiência muito positiva. Quem sabe não se torne num promissor primeiro passo..
Vou tentar fazer por isso.

 Foto in LOLITA

Acredita...

"Mesmo que por vezes consigamos duvidar de tudo

Mesmo que existam dias em que seja fácil acreditar que a vida é só isto e que isto existe mesmo assim,

que não há nada que gira este caos, nada que faça sentido,

de algum lado virá um sinal de que este dia é apenas o Inverno e que a Primavera não tarda em chegar...

Enquanto tivermos uma réstea de esperança,

enquanto formos totalmente sinceros connosco próprios

e soubermos as contas que temos a pagar,

haverá sempre, lá do outro lado, do lado onde tudo é decidido,

alguém para nos ajudar...

E é esse alguém que agradeço por me ter trazido a paz que sinto neste momento

e por me ter devolvido a esperança de novo...

Muito obrigada... Muito sinceramente...

Estava mesmo a precisar que alguém me desse a mão...

E por isso decidi deixar aqui o testemunho.

Assim, quando me sentir triste saberei que à noite se segue um magnífico dia de sol

e que não há nunca fundamento em pensar que a noite nunca vai acabar 

ou que o dia é de mentira

feita de luz eléctrica, por exemplo...

Quem seria louco de acreditar, não é?"

Algures nas caixas de "tesouros" que guardo na garagem dos meus pais, há-de estar um caderno com este texto manuscrito e datado. Aqui só tenho esta transcrição para o computador, mas creio que o escrevi com cerca de 15 anos e ainda me lembro, como se fosse hoje, a situação que concretizava este pensamento.

Por isso, embora não o ache um texto com um brilhante exercício de escrita, decidi publicá-lo exactamente como o encontrei, porque embora houvesse alterações que faria e ideias que poderia desenvolver mais, não deixa de me comover pela proximidade que tem à maioria dos textos que escrevo, quer na temática, quer no seu desenvolvimento "esfumado". Fico impressionada com o "cunho" que tem.

Escolhi-o hoje porque procurava um texto positivo para contrariar a tendência...

Fotos de Marta Filipa Costa; Modelos: Sara e Daniela Dias

Melancholia

Nem sei bem se recomendo ou não.

Quando vi este filme ainda não tinha visto, nem lido nada sobre ele, por isso não sabia que se tratava desta "aproximação" de um planeta ao planeta Terra.

Para iniciar fiquei hipnotizada pelos primeiros dez minutos do filme. A banda sonora, a perfeição da imagem, a beleza das personagens... 

Só esta temporária falta de discernimento mental pode justificar o fato de ter conseguido ver esses dez minutos e já agora o resto do filme.

Não que o filme não se resuma a uma história interessante e de tal forma retratada que se torna impregnante e perturbadora. Eu, pelo menos, não consegui não o ver.

Mas é incrivelmente cansativo, lento, como se o desenrolar dos acontecimentos pesasse sobre os nossos ombros.

No fundo retrata o efeito que as "visões", "pressentimentos" e estados melancólicos podem ter na vida das pessoas, mesmo que estas tenham, aparentemente ou não só, tudo o que é preciso para que sejam felizes ou pelo menos suficientemente felizes para não se tornarem estranhas e preocupantes.

Mais uma vez tenho que dizer que é, no mínimo, uma obra de arte que vale a pena espreitar pela criatividade.

BOYS & GIRLS

LOLITA

" Os rapazes gostam de coisas, as raparigas gostam de pessoas"

O cérebro das raparigas está programado para reagir às pessoas e às caras, enquanto o cérebro dos rapazes reage aos objetos e às suas formas.

O homem vê coisas e as relações entre os objetos no espaço, como se juntassem as peças de puzzle.

As mulheres utilizam uma imagem maior e vêm os pequenos pormenores mas, individualmente, as peças do puzzle e a sua relação com as peças vizinhas é mais pertinente do que a sua posição no espaço.

in "Porque é que os homens nunca ouvem nada e as mulheres não sabem ler os mapas de estradas"

Maria Madalena - volume I - livro

Há alguns anos, antes de iniciar esta vida de descoberta e "exílio" uma amiga disse-me que deveria ler a história de Maria Madalena. 

Na altura não percebi o que ela queria dizer, mas alguns dias depois quando fui às compras no hipermercado encontrei esta coleção e, apesar de ela ser caríssima, comprei.

No entanto, apesar de ter iniciado a sua leitura não a li. Talvez na altura tivesse coisas bem mais emocionantes para fazer do que ler aquilo que me pareceu ser uma história de uma mulher daquela época e daquele espaço.

Mas o que é certo é que esta coleção me tem acompanhado por todas as casas onde vivi e esteve sempre lá, onde estão os livros que vou juntando e que quero ler, mas que por um motivo ou por outro vou adiando. 

O que é certo é que tal como o "ídolo" de que fala este volume, estes livros também exerciam sobre mim uma certa atracção e pensava sempre que queria mesmo arranjar tempo para os ler.

E, finalmente, li. Adorei a narrativa e a história em si, embora me pareça mais apenas uma espécie de reconto de uma história já conhecida por todos (mas não por mim). Aliás dentro desta conheci muitas outras histórias que só conhecia superficialmente.

Gostei tanto do livro que tinha que recomendá-lo e entre muitas passagens marcantes transcrevo uma que me acompanhou a mente por alguns dias:

"- Não. por favor, entre! - disse Zebida puxando Ester para dentro.- Precisamos dos seus conhecimentos.

- Conhecimentos?

- Sobre o que significa o passar dos anos para um homem e uma mulher- disse Zebida. - Como sabe, a minha filha Maria vai-se casar em breve. Então, juntamo-nos, todas as mulheres da família, para ajudá-la e transmitir-lhe o que sabemos. Mas não temos pessoas mais idosas, pois a minha mãe e a mãe de Natan morreram há muito tempo, assim como as nossas tias. Então, você poderia ajudar-nos!

(...)

- Conheço-te desde que nasceste - disse. - E desejo-te muita felicidade. (...)

- Mas devo dizer-te - continuou Ester - que boa parte dessa felicidade depende da tua própria força. O homem tem pouco a ver com isso."



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" Make out like it never happened..."

Esta tinha de partilhar, por ser daquelas raras músicas que se entranha enquanto ainda a ouvimos pela primeira vez.

Acho que aprecio particularmente pela sonoridade, mas a minha "music advisor" deu-ma a conhecer pela mensagem!

Algo que eu ainda tenho que aprender... tomar decisões drásticas... como se nunca tivesse acontecido ;)

Beijinhos para ti!

Palavras Cruzadas

HUGO by Marta Filipa

Como acho que todas as mães já sabem (e como quero acreditar que a maioria dos pais também saiba) existe uma facilidade incrível em utilizar o contexto familiar da cozinha para trabalhar conceitos e interligações dos com miúdos em idade escolar.

Acho que quase toda a gente já trabalhou o cálculo mental ou a memorização de padrões enquanto cozinhava o jantar ou utilizou a hora de refeição para o desenvolvimento da oralidade, da organização mental, do vocabulário.

Enfim... ideias não faltam aos pais que em último caso se vêm a dividir laranjas em partes ou a dividir a pizza em dez fatias para ajudar o seu filho a entender exercícios....

Neste caso, tal como o título indica, gostava de chamar a atenção para as palavras cruzadas que podem ajudar a criança a conhecer palavras novas, significados diferentes de palavras usuais, familiarizar-se com as cadeias grafemáticas mais habituais e trabalhar a tão desafiadora ortografia.

Simples e envoltas numa relação com o prazer, com os tempos livres, com os jogos e principalmente com os adultos têm a dupla capacidade de cativar e de realmente funcionar.

Por isso da próxima vez que o seu filho estiver entediado lá por casa, faça-lhe um jogo simples de palavras cruzadas. Garanto que ele vai adorar!