A primeira vez que ouvi esta música há já vários meses atrás estava no carro. Aliás é nas curtíssimas viagens que faço de casa até ao trabalho que conheço a maioria dos cantores/ músicas que gosto.
Esta não foi excepção. Não sei se foi no final do Outono ou no início do Inverno, mas lembro-me que estava sol e que eu, numa das minhas reduções a 30 Km/h devido ao elevado número de lombas no curto espaço que percorro, dei comigo mais atenta à letra da canção do que propriamente à condução.
Muitas e muitas vezes também pensei eu em ceder aquele que era o meu lugar, sentindo que não reunia em mim as características certas para o ocupar, antes de um dia,sem pensar em nenhuma das razões que invocara anteriormente, em que simplesmente percebi quer nunca tinha sido o meu lugar.
Achei particularmente interessante que um conjunto de palavras tão reduzido e carregado de eufemismos pudesse abarcar tão bem os exasperantes meses de indecisão, de zangas e pazes e os pensamentos contraditórios que todas as relações nos fazem sentir, tenham elas um ponto final eminente ou não.
E como tudo isto se justifica com o singelo fato de " é que eu gosto muito de ti!", razão que para os envolvidos nunca se revela suficientemente forte mas que para os que estão de fora parece ser a única capaz de justificar desde as mais pequenas idiotices até às mais estranhas loucuras.
Gosto desta letra, gosto desta voz, gosto desta escolha de vocábulos.