Há uns tempos atrás ouvi através de ti esta canção que deixaste "cair"como retrato do que se passou entre nós.
Na altura fiquei comovida pelo que se perdeu, já sem preocupações em perceber quais poderiam ser as tuas intenções ao dar-me este "sinal"...
Não muito tempo depois percebi o porquê distorcido que sempre acompanhou todas as tuas ações e por isso nunca mais ouvi esta canção para não me recordar do que poderia ter sido e não foi, para não me deixar de novo levar por esta capacidade alargada em construir cenários, pensamentos, emoções em ti, que julgo agora nunca teres sentido.
Mas devo concordar que a letra é impressionante pela forma como se cola ao que se passou e ao que eu poderei ter provocado quando, em último recurso, simplesmente saí, deixando o silêncio e o quarto vazio...
Ou não. Talvez não tenha sido assim tão dificil suportar a minha ausência, preencher o meu quarto e encontrar outras vozes e outras alegrias...
O que é fato é que, tirando os insondáveis sinais que se podem ler de muitas maneiras e que tu jamais te esforçaste em explicar, não houve particular interesse no meu regresso.
E é isto que fica ao ouvir esta música ou ao recordar-me de nós... Um sentimento de injustiça, confusão, mentira e desperdício...
E mesmo que isto possa querer dizer que não sei perder, que não segui em frente e uma data de outras coisas com as quais não queri confrontar-me, posso garantir-te que para mim seria sem dúvida melhor não ter vivido, não ter amado, não ter sofrido, nem que tal significasse nunca te ter tido.
Por isso faço um esforço para te dissociar do que fomos e para te ver como um ser individual que não é apenas aquilo que foi comigo. Procuro estimar-te como um amigo mais ou menos distante com quem consiga conversar sobre nada e que não influencie o meu dia a dia, o meu humor, as minhas vontades...
Procuro justificar todo este sofrimento, vasculhando em ti um ser humano melhor do que aquele que conseguiste ser comigo, algo que faça equilibrar os pratos da balança e que, de uma forma ou de outra, faça valer a pena ter-te conhecido...
Por isso faço um esforço para te dissociar do que fomos e para te ver como um ser individual que não é apenas aquilo que foi comigo. Procuro estimar-te como um amigo mais ou menos distante com quem consiga conversar sobre nada e que não influencie o meu dia a dia, o meu humor, as minhas vontades...
Procuro justificar todo este sofrimento, vasculhando em ti um ser humano melhor do que aquele que conseguiste ser comigo, algo que faça equilibrar os pratos da balança e que, de uma forma ou de outra, faça valer a pena ter-te conhecido...
obviamente não sei o que aconteceu entre ti e a pessoa a qual te referes no texto mas as tuas palavras tocaram-me bastante. também me tenho sentido assim nos últimos dias, ouvi a música até ao fim e não a conhecia mas a letra é excelente!
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