the blue hour
É, sem dúvida no meio das dificuldades, que encontramos um
novo ramo… num acalento difícil de explicar, quando todas as circunstâncias nos
querem deitar abaixo e nós nos continuamos a sentir preparados para seguir.
De um quentinho que nos vem cá de dentro quando tudo cá fora
é frio e arrepiante… Dessas rajadas de vento vêm situações para resolver, que
tantas vezes nos fazem recordar as portas que se fecharam, que nos destruíram…
Mas é, inacreditavelmente, nessas novas janelas de confusão
que nos vamos mais tarde sentir renovados e melhores…
Mais crescidos, mais conhecedores, mais espertos...
Ou talvez apenas mais velhos e mais vividos…
Podem viver-se tantas vidas no espaço em que alguns vivem apenas
uma.
No espaço, no tempo, no pensar…
Vidas que nos acompanham, que nos ensinam, que nos provam
que apesar das quedas haverá sempre um tempo para voltar a estar orgulhosamente
de pé…
E normalmente orgulhosamente sozinhos… mas não sós… porque
nos acompanham as nossas vidas, as personagens que já representámos, aquelas
que acabamos por conhecer num guião que não foi escrito por ninguém.
Acalenta-nos a vista da natureza, do aroma a terra e a vida,
do som dos outros que vivem ali no mesmo lugar…
Das coisas simples, oferecidas, que estão sempre lá,
independentemente de tudo.
Rodeiam-nos os objectos confortáveis, os lugares relaxantes, a paz…
Rodeiam-nos os objectos confortáveis, os lugares relaxantes, a paz…
Um dia voltará o gosto dos beijos, a sensação do toque e a
meiguice dos afectos que nos fará, eventualmente, perder a noção e voltar a
cair…
Mas tal como há mais de quinze anos atrás continuo a pensar…
Fará sentido a vida sem isso também??
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