sábado, 30 de setembro de 2017

Be BOLD!


    "Só é fogo se queimar"

    " Só é felicidade enquanto durar..."

               

"E é quando me tocas que eu sei... que neste jogo és rei..."

                

"Não queima então não chega, porque amor para mim é fogo"



                

terça-feira, 26 de setembro de 2017

03 2011


Sinto o azulejo frio no ombro nu.
Estou cansada de fingir que sou inteira.
Sinto-me partida e em desespero.
É quando percebo que este desconforto gelado tão paradoxalmente me conforta que compreendo que só a procura de uma dor exterior me pode fazer sentir menos louca, menos errada no mundo.
Preciso de sentir que fora de mim, também algo se contrai e revolta.
Sinto-me desfazer nestes nós que se apertam e nestas células que se incendeiam.
Ainda há minutos atrás estava a falar calmamente com alguém.
Qual de mim mente?
Esta que se entrega a um desespero que a outra consideraria dramático ou a outra que age como se por dentro não estivessem sempre os pontiagudos cacos em que se partiu a rasgá-la?
Não sei qual sou.
Ao contrário do que dizem, chorar não me acalma e antes que cheguem as horas de apatia a olhar o vazio, levanto-me e forço-me a despir.
A água que cai quente sobre o meu corpo não me aconchega. Na minha mente sobrevoam os mesmos fantasmas, as mesmas interrogações, uma e outra vez.
Talvez devesse procurar ajuda. Falar com alguém.
A verdade é que não tenho nada para dizer. Já nem a mim tenho nada de novo para dizer.
Deixo-me cair sobre a cama e esforço-me por não pensar em nada.
Talvez um dia melhore.
Talvez um dia me esqueça de tudo isto.
Da intensidade com que te odeio.
Da raiva que sinto deste acaso que te trouxe e agora não te leva nem quando eu lhe peço com jeitinho.
Inundam-me estas negras sensações, fica o meu corpo concentrado nas pálpebras cerradas.
Apesar de tudo, é nesta escuridão que me é mais fácil acreditar que posso simplesmente desaparecer.


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

13 reasons why



Acho o trailer bastante elucidativo, mas realço:

"Há sempre vida para além do que for que estejas a sentir num dado momento ..."

" O que poderia estar destinado para ela, se ela tivesse esperado apenas mais cinco minutos?"

Aconselho a que não pesquisem muito sobre esta série. Existem muitos vídeos com informação a mais e, aparentemente, a ideia é irmos (tal como as pessoas que influenciaram a sua decisão) descobrindo o que afinal aconteceu.

Facilmente vamos dar por nós a analisar o nosso comportamento e a estabelecer paralelismos.

Tão fácil deixar correr o tempo, os problemas, a vida e esquecer que devíamos todos cuidar melhor uns dos outros.

A aguardar a segunda temporada.


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

:)

sábado, 16 de setembro de 2017

Get smart 😉



quinta-feira, 14 de setembro de 2017

a vida não é aqui

No estilo muito próprio do autor, desenrola-se sob os nossos olhos a vida de um poeta recheada de trivialidades, acasos e coincidências.
Aqui e ali, surpreende-nos com verdades que nos arrepiam deixadas assim, como ao acaso, entre uma linha e outra.



"...proferira esta frase num impulso de cólera, e bem vistas as coisas, sem refletir, apesar disso, a frase merece que nela nos detenhamos por um momento: acabava de utilizar palavras que se podiam ler com frequência na imprensa comunista, mas que até lhe causavam certa repulsa, como lhe repugnavam todas as frases estereotipadas. Sempre considerara que era, antes de mais, um poeta, e, por conseguinte, embora fizesse discursos revolucionários, não queria renunciar à sua própria linguagem. E ei-lo que dizia agora: a classe operária há-de torcer-te o pescoço.
Sim, é uma coisa estranha: um momento de exaltação (portanto, um momento em que o indivíduo age espontaneamente e em que se revela tal como é), Jaromil renunciava à sua linguagem e preferia escolher a possibilidade de ser médium de outrem. E não só agia assim como agia assim com um sentimento de intensa satisfação; tinha a impressão de fazer parte de uma multidão de mil cabeças, de ser uma das cabeças do dragão de mil cabeças de um povo em marcha e achava tudo isso grandioso. Tinha de súbito a sensação de ser forte e de poder rir-se abertamente de um homem diante do qual, ainda ontem, corava timidamente.
E se a rude simplicidade da frase proferida (...) era para ele uma fonte de gozo, era justamente porque o punha do lado daqueles homens maravilhosamente simples que se riem das subtilezas e cuja sabedoria consistia em interessarem-se apenas pelo essencial, que é sempre insolentemente simples."
Milan Kundera - A Vida Não é Aqui

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Para sorrir...


"Não sou de fazer muita pressão
Mas não vou ficar na sua mão
Se você quiser não pode vacilar, demorar..." 

domingo, 10 de setembro de 2017

Setembro Amarelo

Apesar de nos encontrarmos tão declaradamente no séc. XXI ainda existem muitos temas que a sociedade opta por, subtilmente, varrer para debaixo do tapete na esperança de que simplesmente desapareçam ou na ilusão de que já não são assunto.
Esse é também o caso do suicídio. Por isso, passou a estipular-se uma data (que se estende em atividades durante um mês) para, à semelhança do que acontece com outros temas, relembrar, trazer a público e consciencializar a sociedade para mais este flagelo da vida moderna. 
A iniciativa denominada por setembro amarelo, decorre, no Brasil desde 2014 e estende-se este ano em Portugal na cidade de Beja, uma vez que Portugal também está na lista dos países com taxas de incidência de suicídio mas altas do que a média global inserido numa Europa que se constatou a região com mais incidência.

Estudos revelam que 800 000 pessoas cometem suícidio por ano e que por cada caso são cometidas mais 20 tentativas, ou seja, quase 20 000 000 de pessoas vivem diretamente este problema. 
Pretende-se que a utilização preferencial que os jovens fazem das redes sociais sirva de via de comunicação para a partilha de mensagens de apoio, mensagens positivas e desmistificação do estigma associado a estas situações, uma vez que os mesmo estudos também acreditam que a comunicação possa complementar e potenciar o tratamento, colaborando com a saúde na mudança de comportamentos.

O afastamento social característico das fases críticas deste problema leva as pessoas a ver as redes sociais como forma de pesquisa e entendimento dos assuntos que as afligem. Saber que não se é caso único e que não se está sozinho pode fazer a diferença em certos momentos, mas é importante que nem só os grupos como o tão famoso "Baleia Azul" se mostrem disponíveis para o apoio e acompanhamento destas pessoas, sob pena de esse não ser um acompanhamento saudável.

Muito conhecida ficou a série 13 RAZÕES PORQUÊ
(https://espreitaromundot.blogspot.pt/2017/09/13-reasons-why.html)
em parte devido à polémica dos temas tratados, nos quais se incluía o suicídio, apresentado desde o início como irremediável. Ainda assim, serviu como chamada de atenção sobre o assunto. ()

Existe também a série SKAM que na T3 aborda a homossexualidade e as doenças mentais como potenciadoras de situações de incompreensão e intolerância que podem levar a um isolamento de tal forma doloroso que não permita a relativização e a procura de saídas mais positivas (https://espreitaromundot.blogspot.pt/2017/10/skam-shame-vergonha.html).

Em EU ESTIVE AQUI, de Gayle Forman (do qual também vos falarei assim que conseguir) a chamada de atenção é para esses grupos de incentivo ao suicídio e para a aparente calma e ponderação que algumas pessoas podem apresentar.

Em todos estes casos fica bem explícita a importância da comunicação positiva e esclarecida entre amigos. Fica também muito claro que é preciso estarmos mais atentos, mais disponíveis, mais cuidadores.

Conhecer alguém que mais tarde se suicida é tão desolador que leva a maioria das pessoas a pensar no mesmo e infelizmente alguns chegam mesmo a fazê-lo, o que é indício do ciclo interminável com que nos deparamos.

Pensar no que se poderia ter feito de forma diferente de nada vale para quem não se sentiu apoiado no momento de maior desespero, nem para quem se culpa por não ter prestado mais atenção ou ter sido mais cuidadoso.

Por isso, pelo menos no mês de setembro, fale sobre o assunto. Nas redes sociais, em família, nas conversas no café ou ao telefone com os amigos.
Mostre-se disponível. Não corra o risco de não estender a mão a quem se sente tão desamparado. Apoie. Esteja presente.

Para divulgar a iniciativa faça publicações e textos incentivando amigos a desabafarem e a pedirem ajuda. Oferecer auxílio e apoio a quem precisa é uma forma de mostrar que a pessoa não está sozinha.




O Centro de Valorização da Vida indicado na imagem funciona no Brasil onde pessoas com profissões diferentes fazem voluntariado (de 2 ou 4 horas por dia) com o intuito de ouvir e valorizar a vida de alguém. Mais uma iniciativa não governamental.

Para quem quiser saber sobre este tema mais ficam os links:

http://www.setembroamarelo.org.br/
https://www.sns.gov.pt/noticias/2017/09/07/campanha-setembro-amarelo/


sábado, 9 de setembro de 2017

Ficas a saber que não basta!

Sabes que não basta vestires a t-shirt que te deu a última miúda  com quem dormiste num repetido mas ingénuo delírio de que teria algo para te agradecer?
Também não te salvam os calções entre os que querias usar e aqueles que dizes que nunca usarias mas que acabarás por usar  quando qualquer do uma de nós te pescar e tornar a vontade em papa. 
Ah sim. Aí usarás  o que ela te mandar. Até aqueles calções mais justos curtos e cor de rosa ou azul bebé com os quais gozaste  durante anos. 
Nessa altura vestirás esses e ficarás muito feliz com isso, porque a felicidade se parecerá mais e mais com a ausência de problemas, de amuos, de sanções relacionadas com o sexo, de noites dormidas no sofá ou de sacos de roupa amarrotada postos à  porta.
Temerás  os dramas da tua mulher, os suspiros do teu pai que se reconhecerá em ti e o olhar reprovador da tua mãe. "O que foi que fizeste?" Sem sombra para dúvidas, toda a gente deduzirá que o errado és tu, uma vez que lhes venderás  a tua mulher como perfeita. 
E ela assim continuará. Intocável. Imperturbável, com a leve excepção de te transformado a vida nesse inferno eterno de não ter direito a desejar.
Por isso, agora que te olho aqui da mesa do fundo, digo-te que não basta que te sentes na esplanada da moda a beber o teu café e a fumar o teu cigarro, com o telemóvel na mão esquerda, a carteira de cabedal demasiado cheia em cima da mesa e a marca na pele que te deixou essa T-shirt que alguma bimba te convenceu ser a última moda.

É quando te olho assim, aparentemente tão senhor de ti, mas na verdade tão frágil, que desespero por não poder dar-te um estalo que te acorde. Mesmo que te dissesse tudo isto nem me ias ouvir.
Mas a verdade é que não há nada menos sensual do que a fraqueza que se adivinha na tua postura e que se espalha por todos os teus poros juntamente com o perfume mais vendido em todas as perfumarias.

Sê mais tu. Sê verdadeiro. Sê convicto. Sê orgulhoso de ti.

E isso, mesmo que tragas um daqueles calções de tecido brilhante com as letras da marca estampadas na lateral ou uma t-shirt a fazer publicidade a um produto qualquer. 
Mesmo que ao moveres-te se vejam as costas brancas ou que ao tirares os óculos de sol espelhadas se descubram as tuas rugas, bastará.

Isso sim. Bastará.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Se eu ficar





Um livro para quem gosta de ler, mas tem dificuldade em encontrar o tempo ou em concentrar-se.

Uma história de "domingo à tarde", num relato simples, mas emocionante que nos leva pelo enredo com uma leveza de quem vê um pequeno filme ( o que na verdade já é uma opção).

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Hide& Seek

"Ransom notes keep falling at your mouth Mid-sweet talk, newspaper word cut outs Speak no feeling no i don't believe you
You don't care a bit"

Imogen Heap
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