Somos por vezes muito ingratos em relação aos pequenos prazeres que a vida nos dá e que, por serem tão fáceis de alcançar nos esquecemos vezes sem conta de disfrutar, de lhes dar valor, de lhes recorrer para amaciar as aguçadas e pontiagudas faces da vida.
Desde sempre que ganhei horas e horas de vida agarrada a folhas de papel encadernado com uma imensidão de carateres impressos. Simplesmente adoro e sei disso, mas muitas vezes me esqueço da sensação de leveza, paz e divertimento que posso retirar de umas boas horas encostada num canto qualquer a ler um livro.
Nos dias de sol é mais fácil lembrar-me disso, mas como a idade não perdoa, cada vez menos aguento as horas de calor e de exposição solar e por isso cada vez menos me lembro de "gastar" tempo a ler.
Certo é, que tal como em tudo na vida, a fartura desmistifica o prazer e depois de tantos anos já há pouco que realmente me surpreenda ou me consiga agarrar e realmente levar para um outro lugar qualquer, bem longe desta esmiuçada realidade.
Mas é o caso destas duas obras. O primeiro livro já li há alguns anos e custou-me um problemazinho nos dedos da mão devido peso real que o livro tem e de não o conseguir largar.
Agora uns anos passados e tornando-se esse problema recorrente, aprendi a arranjar formas de apoiar o livro (sempre que possível) para poder continuar a lê-los horas a fio, dias seguidos, como gosto...
Para leitores experientes e que tenham ainda a capacidade de se deixar transportar são boas escolhas :)
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