Por vezes é-me tão fácil analisar o meu próprio pensamento, as minhas acções, as minhas vontades e o caminho que espero estar a percorrer, que tenho a nítida sensação de estar a ficar realmente louca devido à quantidade de horas que passo na minha companhia.
Tenho invariavelmente companhia de pensamentos tão alternativos que chego a rir-me sozinha deles por saber que jamais os partilharei com alguém. Alguns por serem profundamente desconcertantes e outros por serem apenas fruto de uma imensidão de tempo em que apenas posso conversar com a minha mente.
Tudo isto embrulhado numa pessoa que depois de fechar a porta de casa é completamente normal. Genuinamente normal e que se mistura com facilidade no comum dos mortais. Às vezes esta normalidade é estranha para aquela que fica para dentro da porta de casa, outras vezes é simplesmente impressionante como podemos ser tantas, viver em nós vidas que se multiplicam...
Questiono-me sobre as outras pessoas que vivem nas pessoas que conheço fora das portas das suas casas. Serão várias também? Terão também essa noção?
Mais uma vez este pensamento é assustador e fico sempre sem saber se é uma benção ou um castigo este passar tempo comigo...
Foto: Marta Filipa
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