segunda-feira, 15 de outubro de 2012

À "canção do bandido"...



Embora eu até goste desta música, lhe reconheça harmonia musical, capacidade de transmitir paz, sossego, calma, meiguice e até um pouco de esperança... esta letra só me faz lembrar a mais básica "canção do bandido".

Sim, mais uma vez, sei que tal não aconteceria se conseguisse simplesmente acreditar que exista uma pequenina hipótese de alguma destas histórias serem, realmente, verdade.

Mas...

Ele diz: "Sinto algo especial por ti."
Ela pensa: ... algo...

Ele diz: "Será que não vês?"
Ela pensa: Ver vejo, mas não acredito, não sinto. Vejo o hoje e já o amanhã. Dispenso a travessia.

Ele diz: "Estás sempre a ignorar-me"
Ela pensa: Não ignoro. Afasto-me com antecedência..

Ele diz: "Cede."
Ela pensa: Não cedo. Insisto em não voltar as estar na "pele" de quem já fui.

Ele diz: "Quero descobrir tudo sobre ti."
Ela pensa: Depois de saberes todos os demónios que habitam a minha alma e toda a doçura que o meu sorriso pode ter, o que vais descobrir a seguir? Outros demónios, outra alma, outro sorriso.

Ele diz: "Quero conhecer-te"
Ela pensa: Ainda tens muito que percorrer. Esse é um privilégio a que muito pouco saberão valorizar o suficiente para a ele terem acesso.

Ele diz: " O que é preciso fazer para te convencer?"
Ela diz: Encontra o dragão das sete cabeças, mata-o e traz-me a sua cabeça para o comprovar. Se mostrares ser leal, corajoso e com poder de iniciativa e perseverança talvez consigas convencer-me.

Ele desiste, desgosta do que conheceu daquela alma, cede, passa a ignorar e, no momento seguinte,  diz "Sinto algo especial por ti" a outra ela, qualquer uma, desde que não aquela.


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