"Conscientes da morte, saibamos endireitar as relações com os outros. Pôr cobro a uma inimizade, desculparmo-nos por uma injustiça cometida, saber reconhecer aquilo que por tacanhez não estávamos dispostos a reconhecer. Não levar tão a peito coisas que nos perturbaram demasiado: as pequenas quezílias dos outros, a sua presunção, a displicência com que se julga uma pessoa. O momento como desafio para que sintamos de uma maneira diferente.
O perigo: as relações já não são verdadeiras nem intensas porque lhes falta a seriedade momentânea que pressupõe uma certa falta de distância. E também: em relação a muitas das vivências que fazemos, torna-se decisivo que elas não estejam relacionadas com a consciência da finitude, mas antes com a sensação de que o futuro ainda será longo. A consciência da efemeridade e da morte eminente faria com que essas vivências fossem logo sufocadas à nascença" - Pascal Mercier em "Comboio Nocturno para Lisboa"
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