terça-feira, 22 de agosto de 2017

A Vida fica melhor na praia

                                                                                                                                                                                                                Fotografia de Marta Filipa Costa

Há lá verão sonhado, ansiado e esperado, sem praia, fotografias de pernas, joelhos, ombros, pés e para as mais atrevidas de outras parte do corpo?

Há lá verão sem haver muitos fins de tarde acabados numa toalha coberta de areia molhada e de cabelos soltos a "encortinar o sol".

Há que gostar mesmo é da areia, dos acessos, das escadinhas, dos túneis. Das palmeiras e da vegetação própria destas zonas arenosas, quentes e ventosas. Das dunas e das rochas que se espalham um pouco por todo o lado.

Há que gostar dos dias com relógio apenas para controlar os raios UV, das horas simples, longas e leves passadas nas páginas dos livros com o sol a bater na pele.

Há que adorar a simplicidade que se sente depois de passar a barreira do dia a dia, dos carros, das regras, das necessidades.

Há que adorar a democracia destes espaços: onde se despe quem quer, se banha quem consegue, faz exercício quem gosta. Onde a música vem de onde menos se espera e é sempre possível apanhar um ou outro amigo das corridas a cantar com os fones nos ouvidos.

Há que deixarmo-nos enternecer pelos pequenos pézinhos que, mesmo cambaleantes, se dirigem à linha de mar assim que o adulto se distrai e compreender o enfado espelhado na cara dos irmãos mais velhos quando têm que ir brincar com os mais novos, mesmo quando não lhes apetece.

Há que saber reconhecer vivacidade nas pessoas mais velhas que, sozinhas ou acompanhadas por companheiros, netos ou filhos, vêm sorrir à beira-mar.

Há que saber aproveitar esta liberdade de se ser quem se quiser, de se fazer ou não fazer, de andar ou ficar parado, de ouvir ou gargalhar.

Há que saber sentir uma malha macia na pele queimada, o cheiro do gel de banho misturado com loção pós solar e a t-shirt molhada nos ombros à hora de jantar  

Há que ter tempo para olhar, reter a luz ao entardecer e agradecer a beleza de cada dia.

Eu bem disse que era aqui que eu ia ser feliz!






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