Do mesmo autor de "A culpa é das estrelas" de que já falei aqui no blog não me desapontou.
A escrita é leve e as personagens também. Juvenil mas pertinente, mostra-nos um conjunto de gente que é exatamente aquilo que é suposto ser e faz o que é suposto fazer.
Muito divertido e original nesta parte do teorema.
Fica uma ideia:
" É por isso qe as pessoas ficam fartas de ouvir as Pessoas Que São Deixadas queixarem-se dos seus problemas: ser deixado é previsível, repetitivo e aborrecido. Eles querem ficar amigos; nós sentimo-nos sufocados; as coisas revolvem à volta deles e nunca à nossa; e, depois, nós ficamos arrasados e eles ficam aliviados; acaba para eles e começa para nós. E, na mente de Colin, pelo menos, havia uma repetição muito profunda: todas as vezes, as Katherines o deixavam simplesmente porque não gostavam dele. Todas chegaram à mesmíssima conclusão acerca dele. Não era suficientemente fixe, nem bonito, nem esperto como esperavam - resumindo, não era suficientemente importante. E então acontecia-lhe outra vez e outra vez, até ficar aborrecido. No entanto, a monotonia não é sinónimo de indolor. No primeiro século da Era Comum, as autoridades romanas castigaram Santa Apolónia ao arrancarem-lhe e quebrarem-lhe todos os dentes, um a um, com um alicate. De vez em quando Colin pensava nisso em relação à monotonia de ser deixado: temos trinta e dois dentes. Depois de algum tempo, destruírem-nos todos os dentes pode tornar-se repetitivo, até mesmo aborrecido. Mas nunca deixa de doer."
"Acho que nunca preenchemos o nosso espaço perdido com a coisa que acabámos de perder. (...) Acho que os nossos pedaços perdidos nunca voltam a encaixar quando se perdem. (...) Foi isso que percebi: se, por algum motivo acabasse por ficar com ela, ela nunca preencheria o pedaço que perdê-la me causou."
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