quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Amor sem Fim
Perfeito para uma tarde de preguiça, mas não tão simples como o trailer indica...
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Feliz Natal 2014
Esta coisa do natal não é para mim um assunto arrumado.
Por um lado gosto muito do natal: gosto da festa, das cores, até gosto do frio e dia para dia percebo que a maioria das pessoas é um pouco mais tolerante, mais generosa, mais atenta ao vizinho do lado...
Por outro lado passo quase toda a época natalícia em stress... ele é a peça escolar, ele é música, ele é cenário, ele é figurinos, ele é convite, ele é presentes, ele é angariações, ele é decorações, ele é adventos aqui, ali e lá em casa também, ele é avaliações, ele é férias para alguns e trabalho redobrado para outros, ele é espalhar a mensagem de amor e tentar contornar o consumismo exagerado, ele é dor nos pés dos dias de trabalho intenso, ele é dor de cabeça do barulho das atividades coletivas, ele é comer mal, ele é ter pouca vontade para ir a lojas fazer as comprar essenciais...
Só quase no fim, é que o Natal é mesmo natal para mim...
Só no dia em que chego a casa dos meus pais, onde estão sempre uns sete ou oito presentes ainda à minha espera para embrulhar (faz parte da tradição familiar eu, de uma maneira ou de outra, acabar a embrulhar presentes no último dia), onde já tudo está mais ou menos pronto e eu, juntamente, com um sobrinho e uma irmã lá vou decidindo a decoração da mesa de jantar... só aí é que é natal para mim.
Só no dia em que chego a casa dos meus pais, onde estão sempre uns sete ou oito presentes ainda à minha espera para embrulhar (faz parte da tradição familiar eu, de uma maneira ou de outra, acabar a embrulhar presentes no último dia), onde já tudo está mais ou menos pronto e eu, juntamente, com um sobrinho e uma irmã lá vou decidindo a decoração da mesa de jantar... só aí é que é natal para mim.
Sei que é frase batida, mas para mim o Natal é só isto. A família, o estarmos juntos, o organizarmos o tempo e as vontades para passarmos um bom serão, com um doce aqui, um licor acolá, um jogo ou outro, muitas lembranças pequeninas, e algumas mensagens de natal que nos recordam o quanto ainda estamos ligados uns aos outros, muitos sorrisos, muitas gargalhadas, alguns amuos, algumas birras e alguns distraídos com a televisão, o computador ou simplesmente o sono.
Lá em casa não é obrigatório esperar pela meia noite, não é obrigatório comer isto ou aquilo e os presentes embora nunca caibam todos debaixo da árvore de natal não são mais do que um pretexto para um jogo ou outro. O que importa lá em casa é o cuidado que se tem com o outro, a atenção que se prestou durante o ano e a promessa implícita de estarmos lá sempre uns para os outros. O que queremos lá em casa é passar à nova geração de maneira simples, natural e divertida, o que nos foi passado a nós: a alegria e o amor que nos une.
Por isso para mim o natal começa tarde e quando todos já entraram no espírito eu ainda não lhe sinto o aroma. O meu advento começa quando faço as malas e começo a viagem para casa. Só aí vou cantarolando feliz, só aí me preencho de bondade, generosidade, calma e paz. Só nesse momento é que, para mim, começa verdadeiramente o Natal.
A todos os que me lêem, desejo um natal tão especial e único como o meu :)
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
A Grande Vitória
Inspirador e desafiante como uma história da vida real pode ser.
" se você lutar pelos seus sonhos, você vai alcançar no entretanto aquilo que precisa, mesmo que nunca chegue a conseguir aquilo que definiu conscientemente ser o seu sonho."
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Confia em mim
Para que não faltem filmes para todos os gostos :)
Eu até gostei e acho uma história bastante provável (infelizmente).
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
No Anexo
Só quem, como eu, tem esta verdadeira paixão por livros é que pode entender a intensidade da felicidade que sinto quando, no meio de tantos livros que leio, me passa pela mão, uma história, que me prende de tal modo a atenção que nem a necessidade de dormir consegue apagar, levando-os comigo nos sonhos, nas tarefas diárias, nas conversas com os outros, na vida...
Foi o caso. Estou feliz.
Iniciada a leitura, propositadamente,
numa sexta à noite,
no sábado à noite estavam lidas as 284 páginas que compõem o livro.
Tal como o subtítulo prometia "a incrível história do rapaz que amou Anne Frank", imaginada por uma leitora do mesmo diário, conhecedora depois de muitos relatos e fatos reais.
Não deixando de ter a incontornável humanidade e beleza de todas as histórias desta época histórica é muito verosímil e apaixonante, principalmente para quem também leu o "Diário de Anne Frank" e conhece a sua história.
Bastante surpreendente é também o relato feito pela personagem do que (imagina a autora) poderia ter acontecido após terem sido denunciados estes judeus que se escondiam no que Anne Frank decidiu designar de Anexo. Surpreendente pelo horror dos atos praticados e das privações vividas, mas principalmente pela influência que a contagiante personalidade de Anne poderia ter tido nos que, ainda que a contragosto, conviveram com ela.
Muito bonito. Mais um trabalho muito interessante e bem feito e que nos faz pensar na influência que temos e recebemos dos outros quando estamos distraídos com os problemas da vida e em como podem ser únicos os momentos, que num momento (passo a redundância) nos pareceram tão banais.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Comovente...
Muito interessante ver a forma como as coisas se passam atrás das câmaras de televisão. Baseado numa história verídica e por isso mesmo pondo a nu muito do que ainda o senso comum prefere não ver toca questões de fundo como a liberdade de amar, de exteriorizar ou não o que se sente, de querer ou não combater pelos nossos direitos.
Recomendo e peço desculpa pelo trailer sem legendas, mas os trailers legendados não mostram tanto do filme como este. Ah! Almas sensíveis ou homofóbicas: passem este filme, talvez não estejam ainda preparados para ver :)
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Os transparentes
Com já várias vezes referi, a escolha dos livros que leio é mais feita pelo acaso do que por qualquer outro motivo. Leio os livros que me chegam às mãos, que encontro nas estantes das outras pessoas, nas caixas arrumadas na garagem ou no sótão de alguém. Quando compro livros, adoro títulos, que na maioria das vezes descarto quando leio o resumo. Ou então abro os livros numa página qualquer e, se gostar do estilo de escrita, se me parecer fácil e de ritmo rápido compro.
Este livro foi mesmo um feliz acaso. Um fim de semana destes fui jantar, também por um acaso, a casa de uma tia e, enquanto fazia "sala" antes do jantar este livro, desta cor vermelho sangue chamou-me a atenção. O título chamou-me a atenção, embora só muito mais tarde viesse a perceber-lhe o significado. A capa adorei, embora também só depois de ler o livro lhe tenha percebido a lógica.
Logo após a primeira leitura (para aí umas trinta páginas) estava encantada pela frescura da escrita, pela crítica divertida, pelo trabalho de autor que se percebia nos pormenores e pela diferença no tema (não tenho por hábito ler livros sobre Luanda, como devem imaginar). Foi nesse momento que fui ler a biografia do autor e fiquei surpreendida por ainda não ter ouvido falar dele, pois parece muito talentoso, prolífero e valorizado.
O livro continuei a lê-lo com imenso prazer. A diversão e a crítica social embrulham-se inesperadamente em histórias do dia a dia e nas variáveis das relações familiares e de vizinhança. Tudo no que são, para mim, personagens singulares e incrivelmente desenhadas de modo a dar-nos a sensação de estar a passar pela rua e a ver este prédio e a ouvir estes murmúrios.
Enfim só lendo!
Deixo uma das passagens que mais me fez lembrar Portugal:
"...
o que nalguns países é um lar, composto por uma determinada combinação de objetos e possibilidades, em outro pode não ser bem assim, uma vez que, humanamente, nos mais variados continentes, é a força do hábito que dita as circunstâncias que cada cidadão acata como aceitáveis, coletivamente insuportáveis ou democraticamente justas
(...)
-é preciso ter algum cuidado com aquilo que se designa por progresso-dizia o Esquerdista (...)
(...)
- há que ler nas entrelinhas, meus amigos... tá todo o mundo distraído e convencido de que vai encontrar petróleo no seu próprio quintal... mas eu não ando a dormir, ando a beber, mas não ando a dormir...
(...)
- Há controvérsia, meus amigos... nas primeiras entrevistas ele falou dos cuidados, dos riscos, das potenciais consequências, agora já ninguém o ouve... o sistema já deve ter dado um jeito, agora é só falar nas vantagens, já inauguraram a nova empresa de distribuição das águas... onde é que já se viu!... águas privatizadas...
- mas não é só a distribuição, para controlar melhor os canos e tal?
- acordem, homens... qual distribuição?! então e o estado agora precisa que alguém do setor privado distribua a água? e nós ficamos calados, não é assim? o estado admite " eu não posso distribuir a água com qualidade, mas este senhor, que até já tem o nome tão Cristalino, ele sim, pode! a partir de agora a água será bem distribuída, bem purificada! viva a privatização da água!" mas onde é que já se viu?
- também não é preciso ficar assim, homem...
- durmam... - dizia o Esquerdista com ar irónico e triste e, desapontado, e sério - durmam enquanto vos enfiam o dedo no cu sem aparar as unhas... durmam enquanto vos anestesiam com doses de suposta modernidade!, é carros lindos, é internetes que nem funcionam, é marginal nova com prédios construídos em areias dragadas sem pedir licença à Kianda, é furar o corpo da cidade sem querer ouvir os outros que já furaram o corpo da cidade deles, onde não deu certo... ouçam bem, dorminhocos, lá não deu certo, e aqui, porque somos estúpidos, cegos e coniventes, isto é, porque somos globalmente corruptos, aqui a cidade vai ser furada, a água vai ser privatizada, o petróleo vai ser sugado sob as nossas casas, os nossos narizes, e as nossas dignidades... enquanto os políticos fingem que são políticos... enquanto o povo dorme...
um silêncio bruto (...) foi apenas quebrado pelo som de quatro ou cinco homens a fazerem aquilo que lhes pareceu que era o que restava a ser feito, sorver ruidosamente as suas cervejas, olhar para longe sem olhar para os olhos dos outros, coçar a cabeça e o peito (...)
(...)"
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