Donos do céu,
donos do tempo,
donos do sorriso e da razão...
Confiantes, protegidos.
Cheios de ideias em tons diferentes, de espessuras diferentes, de matérias diferentes.
Triunfantes,
aos poucos construindo um ser, uma vida, um propósito...
Até que se atira o mundo ao nosso escudo:
A imprevisibilidade, as improbabilidades,
as tragédias, as doenças, as mortes,
As despedidas, as ausências, os finais.
E das teorias, das razões, dos programas e protocolos,
desfeitos em pequenos pós quase irreconhecíveis,
fazem-se pequenos blocos, pequenas condensações de informação.
Compartimentada, espalhada para não ser tão facilmente assaltada, perdida, desagregada.
Mas não cuidada, harmoniosa, coesa, segura...
Fica apenas assim, numa tentativa menor de aproveitar o que já foi Maior.
Até que sem aviso, sem preparação,
sem se fazer esperar,
desiste, fraqueja, desespera.
E quebra a partir do núcleo, do interior,
do que, a custo, se colocou em segurança.
Explode por não ser de verdade.
Espalha para permanecer vazio.