quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Enganos

Dificilmente seria possível acreditar na tristeza e angústia que sentia naquele momento. há um mês atrás ficaria deliciada com aquele lindo e romântico passeio.
Olhava de alto o mar e sentia vontade de se atirar e ser engolida por ele para não ter que tomar decisões.
Era o que andava a tentar fazer. Não escolher. Não largar. Não arriscar. Não magoar. Não enganar.
Tudo se revelava cada vez mais impossível de cumprir. O nó que se instalara no seu estômago subia-lhe à garganta ao sentir o seu abraço terno.
Custava-lhe tanto ter que largar, ter que admitir que tinha escolhido outro. 
"Talvez não seja preciso. Talvez se me esforçar um bocadinho volte a sentir tudo de novo."
E virou-se, aproximando mais o seu corpo do dele e beijando-o.
Beijando-o com vontade que ele a prendesse e lhe toldasse o espírito para que deixasse de ter vontade própria.
Para dar mais uma oportunidade... 
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