quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

"... in this maze with you..."

                                                              " One day you screaming
                                                                 You love me loud 
                                                               The next day
                                                                 you're so could" 
                                                                                                          Holy Grail - Justin Timberlake


Entra,
assim,
como quem é indispensável para viver
como se o nosso ser 
só dela se pudesse alimentar, 
só com ela 
pudesse manter-se vivo. 

 O seu sorriso
 eleva-nos a alturas 
das quais não conseguiremos,
em segurança,
regressar. 

A sua voz 
envolve-nos... 
...  numa frágil sensação de conforto,
 de familiaridade. 

" i just can't crack your code"
Holy Grail - Justin Timberlake


Presos, 
enredados,
arrastados pela seu magnetismo
quando nos larga, 
nos esquece 
nos abandona 
ao silêncio
à solidão 
onde ecoa 
sempre,
irresistível,
o tom com que se ri.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Guess What...

Compreendi como as mulheres podem ser complexas quando decidi tirar a manhã para fazer só e absolutamente aquilo que me apetecesse...

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Falling out of love is hard... Falling by betrayal is worse

Abre-se dentro de nós um abismo por onde achamos possível cair... 
Abrem-se as feridas que não temos... 
Cria-se o desconforto do desgosto, da tristeza, da dor
Recolhe-se todo o nosso ser num novelo de espinhos 
Podemos senti-lo escorregar nas cataratas da nossa raiva, 
do nosso pesar

Momentos em que sentimos pena de nós
Do que nos magoaram
Do que não protegeram
Dos pedidos que não foram ouvidos
das promessas desfeitas 

Sentimos escorrer as lágrimas
Que concretizam a dor que não sabemos quantificar 
Embalamo-nos a nós próprios 
Sentimo-nos o mais abandonado dos seres

Rogamos aos céus
uma outra vida
uma outra hipótese
uma outra realidade

Desejamos com todas as nossas forças 
que o tempo se desorganize 
que possamos ser outros
que possamos ser engolidos pela dor 
e devolvidos como seres inteiramente novos 
sem lembranças, sem conhecimentos... 

 Desejamos hoje, desejámos ontem... 
Sabemos que o amanhã 
Nos trará, 
invariavelmente,
apenas
a nós mesmos



 O que me serviu de inspiração: "Impossible" - James Arthur 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

:)



Uma das minhas músicas preferidas :)

sábado, 11 de janeiro de 2014

Nos braços de ninguém...

Chega a casa.
 Abre a porta e antevê o silêncio a escuridão de uma casa vazia de gente, vazia de vida. Percorre o comprido corredor passando por divisões que há algum tempo estão vazias mas que outrora estiveram cheias de barulho, de sonhos, de desilusões.
Pára à porta daquele que foi o seu quarto desde sempre. Sorri, embora triste. As alterações que aquele espaço sofreu ao longo da sua vida e que continua a sofrer. Agora encontra-se quase dotado ao abandono, mas é bom voltar a encontrar-se dentro dele. È aconchegante, reconfortante…
Os objectos parecem sorrir-lhe de entre as cores quentes que predominam. Descobriu-se apaixonada pelo Oriente e por isso as cores, os motivos, tecidos e objectos orientais predominam. Até os aromas que ficam das velas, que agora raramente acende, a transportam para outros mundos que não conhece, mas que recorda como se já lá estivesse estado ou vivido.
A antecipação é a mais pura forma de prazer e por isso pousa tudo, acende uma vela e deixa cair o corpo ocidentalmente exausto num almofadão confortável cuja localização a deixa ver, a partir da janela, a noite que cai lá fora, a serra que se impõe, mesmo longínqua e à noite.
Deixa-se envolver pela sensualidade do espaço. Não quer estar triste, não quer sentir-se sozinha.
Olha o corpo que a roupa ainda fresca não tapa e a pele brilha de um bronzeado que começa a desaparecer mas que lhe recorda momentos em que a loucura não lhe permitia sentir-se tão sozinha, tão cansada do mundo…
È uma pele jovem, bem cuidada, brilhante, macia que reclama a atenção que deveria receber…
O silêncio, a escuridão, a chama da vela que arde logo ali, a ausência de gente, o aroma, o afrodisíaco aroma oriental…
Deixa-se levar por mãos de alguém que não conhece e que já não tem a certeza de vir  a conhecer…
Alguém capaz de ser diferente num mundo cheio de iguais e goza de novo o prazer da antecipação. Um dia vai descobrir alguém assim, sem dúvida que sim…
E é este o momento de maior prazer… quando ainda não se tem, quando ainda não se tentou tudo, quando há ainda alguma coisa para querer ter ou dar…
Este é o momento mais fiável porque nos pertence por inteiro, só em nós começa e é em nós que repousa e só nós o podemos recordar.
Voltar a parar um instante no tempo, nesta escuridão, nesta paz e recordar o melhor momento do que nunca se passou. E fazê-lo com ternura, com carinho porque as personagens agem com uma lógica que nós conseguimos compreender…
E compreender faz-nos acreditar que dominamos e saber que dominamos reconforta, acalma.
Deixa-se ficar assim envolvida por um corpo que não existe, deliciada com beijos que não recebe…
A vela há muito que deixou de arder, embora o aroma permaneça… E ela também…
Quem olhasse de fora veria apenas um bonito corpo que o vestido de Verão transparecia e um rosto jovem que dormia em paz.
Acharia que era uma pessoa feliz e quase que  acertava.
Não era feliz, mas estava serena.

Tinha adormecido nos braços de ninguém e sem dúvida que este era o peito mais reconfortante que tinha encontrado para finalmente poder dormir.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Enganos

Dificilmente seria possível acreditar na tristeza e angústia que sentia naquele momento. há um mês atrás ficaria deliciada com aquele lindo e romântico passeio.
Olhava de alto o mar e sentia vontade de se atirar e ser engolida por ele para não ter que tomar decisões.
Era o que andava a tentar fazer. Não escolher. Não largar. Não arriscar. Não magoar. Não enganar.
Tudo se revelava cada vez mais impossível de cumprir. O nó que se instalara no seu estômago subia-lhe à garganta ao sentir o seu abraço terno.
Custava-lhe tanto ter que largar, ter que admitir que tinha escolhido outro. 
"Talvez não seja preciso. Talvez se me esforçar um bocadinho volte a sentir tudo de novo."
E virou-se, aproximando mais o seu corpo do dele e beijando-o.
Beijando-o com vontade que ele a prendesse e lhe toldasse o espírito para que deixasse de ter vontade própria.
Para dar mais uma oportunidade... 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

# 7

sábado, 4 de janeiro de 2014

Royals



Às manas:

Nunca seremos da realeza, esse tipo de luxo nunca será para nós, mas criamos um modo diferente de nos ocupar e vivemos perfeitamente dentro dessa fantasia :)

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Perdidos & Achados




Com a rapidez com que leio os livros quando me interessam e apesar do meu privado clube de leitura para trocas, nem sempre tenho em mãos algo interessante para ler.
O fato de estar de férias em casa dos pais também favoreceu a revista aos livros enfiados no fundo do armário ou nas prateleiras superiores em busca de algo interessante para ler.
Não lhe dei muito crédito, na verdade, mas era um livro fininho (cerca de 250 páginas) e com ar de leve, o que se confirmou logo nas primeiras linhas. 
É interessante, dentro do género. Fica um cheirinho ;)

"Esquece a sida e as drogas, as bombas nucleares, as experiências genéticas, a manipulação da informação por parte do poder. A verdadeira ameaça, a mais presente, são os ciúmes e o desejo, o êxtase, o arrebatamento, o momento em que te vai tocar  derrubar as estruturas sobre as quais assentaste o teu equilíbrio mental. A paixão é a ameaça mais presente, independentemente de pensares que és racional. Ninguém está a salvo."
" E da mesma forma há pessoas que nos criam, que nos transformam nas pessoas que somos, há pessoas cujos actos marcam o resto das nossas vidas de modo que nunca mais voltaremos a ser como antes, e que, no entanto, não se responsabilizam por nós. Antes de o António passar por mim, eu fora uma pessoa, e depois daquilo transformei-me noutra totalmente diferente. E ali estava o António para o demonstrar, completamente alheio ao facto de uma vez ter sido uma tempestade que devastou, à sua passagem, todas as flores, deixando atrás de si as ervas daninhas, as sarças e os cardos, as urtigas e os espinhos."




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