Mais um Dia da Mãe...
Gostava de a "mimar" com um post bonitinho e verdadeiro como me lembro de me surgir na ideia para o Dia do Pai.
Mas os post do Dia do Pai não foram premeditados.
Surgiram entre uma música, um pedaço de livro ou uma imagem que vi num local qualquer no próprio dia ou num dia próximo...
Gostava que o mesmo tivesse acontecido para o Dia da Mãe.
Passei a tarde a ouvir música e até fiz um "goggle" desesperado e premeditado com "Dia da Mãe" à procura de inspiração.
Evidentemente por estes primeiros parágrafos que tal não resultou, como nunca resulta forçar a escrita quando o cérebro ou a alma não tem nada de particular para partilhar sobre um qualquer assunto.
No entanto, isto levou-me a pensar num outro motivo, para além da simples coincidência, para isto acontecer.
Na verdade, a minha mãe contenta-se com pouco, mas não é uma pessoa assim tão fácil de agradar. Seja pelo seu gosto decidido ou pelo fato de a conhecer bem não seria uma qualquer imagem cheia de corações ou laçarotes que iriam ter impacto.Poderia ser algo rosa... Poderia ser uma musiquinha em português...
Também poderia ser um textinho mais arrumadinho do que este, mas na verdade é difícil escrever sobre quem nos pertence e a quem pertencemos intrinsecamente como nos pertencem os membros do nosso próprio corpo.
Todos sabemos que damos mais valor às coisas quando as não temos e às vezes as palavras mais verdadeiras e bonitas aparecem da fragilidade que sentimos num breve pensamento da perda.
Mas como perceber o que se sentiria ao perder algo que nos é tão crucial como uma perna, a visão ou a fala?
Por muito que todos consigamos antecipar a dolorosa experiência, dificil será antever o que se sentiria.
Acho que é exatamente isto que me acontece em relação à minha mãe.
Quando penso nela é como uma parte de mim que levo para todo lado sem que me pese e que ao mesmo tempo está sempre lá no mesmo sítio onde sei que posso voltar.
É apenas uma pessoa mas que se torna um lugar, uma espécie de refúgio onde tudo pode melhorar, demore o tempo que demorar.
Assim, simplesmente como aparece a chuva, o vento ou o sol. Sem festas na cabeça ou demasiadas palavras. Há um equilíbrio natural entre o que é silenciado e o partilhado no meio das conversas mais banais.
É sempre reconfortante saber que se pode recorrer à mãe, ao conselho da mãe, à ideia da mãe.
Por isso, mesmo desta maneira meio torcida, digo que gosto muito de ti, para além do tempo, da distância, dos ralhetes e das coisas em que não concordamos totalmente.
UM BEIJO GRANDE PARA TI, MÃE!
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