quarta-feira, 1 de agosto de 2018

AMOR, de verão ;)


Ela : -O combinado era pagar eu.
Ele : -Sim.  Eu sei,mas pagas noutra vez.
Ela: -Sabes que isso também  é desrespeitar a minha vontade.
Ele: - Ok... , mas fui eu que convidei. Convidas-me e pagas nessa altura. Pode ser?
Silêncio. 
Ela: -Eu posso fazer as duas coisas.
Ele: -Sim. Também podes.
E enquanto ela pagava a conta.
Ele: -Ainda falta muito para o meu aniversário, mas no dia do meu aniversário convido-te e pago eu.
Ela olhou-o dura e direta. 
Ele: - Pois... Se calhar não te queres comprometer a tão longo prazo.
Ela: -Nem tu te devias comprometer.
Silêncio. Olharam-se nos olhos com honestidade. Ambos bem conscientes das voltas que a vida podia dar.
O desejo nos olhos dele era irresistível. A clareza de espírito nos dela também.
Podia quase apostar umas fichas em como estariam juntos no próximo aniversário dele.
Ela sorriu: - Combinamos que perto do dia do teu aniversário jantamos. Não necessariamente no dia do teu aniversário.
Ele: - Pode ser. Independente do entretanto.
Ela: - Sim. Independente de tudo. Jantamos juntos.
E o olhar trocado disse tanto.
Falou do desejo de que não fosse preciso estarem separados e da reciprocidade por perceberem que, independentemente de tudo, nenhum dos dois tinha dúvidas de que iriam querer jantar juntos.
E não foi o espaço que os acomodou. 
Acomodavam-se um ao outro na tranquilidade de se saberem protegidos no cuidado do outro. Acomodavam-se na harmonia dos beijos doces, dos quereres salgados, das conversas desafiantes.
Lá fora, a noite estava quente e amena apesar de o outono já se dever ter instalado.
Era um amor de fim de verão que a própria natureza parecia querer deixar estender.

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