Não é muito frequente conhecer pessoas interessantes, com essência particular e conteúdo trabalhado, preenchido, coeso. Pessoas com vontade própria, capacidade de realização e que se posicionam na vida de forma singular, recebendo o que, a maioria dos outros, nem consegue conceber.
É raro, mas não é grave. Primeiro porque a sociedade não se importa com estes seres iluminados e pensantes que vivem por si próprios, insensíveis a massas e frases feitas. Depois porque estas pessoas também não têm como objetivo mostrar-se. O que as move é um genuíno interesse em algo que não precisa de se concretizar em nenhuma das habituais fontes de retorno: fama, reconhecimento, dinheiro ou segurança.
Sempre que me é dada a possibilidade de me cruzar com alguém assim,com mais ou menos possibilidade de conhecer toda a sua dimensão, o meu coração enche-se de esperança na humanidade e emociona-se pelo privilégio.Privilégio esse que cabe nos dedos de uma mão, mas que é tão especial que compensa a parca quantidade.
A todos os que, discretos e empenhados, dão horas e horas da sua vida nos pequenos projetos que desenvolvem inspirados pelas suas grandes paixões (especialmente aos que se dedicam ao público ou os que, no meio do processo, vão educando e sensibilizando as camadas mais jovens), o meu -gostaria muito de dizer o nosso - sincero agradecimento.
Ficamos todos mais ricos com a vossa partilha e eu fico sempre muito reconhecida pela vossa generosidade que é tão mais especial quanto mais difícil é o reconhecimento dessa dedicação. O verdadeiro valor está nos que continuam a lutar para ser a água que desgasta a pedra. A sociedade no seu conjunto é pouco sensível e maleável. Só a persistência e delicadeza podem transformá-la em personalidades mais capazes de ser únicas e maleáveis o suficiente para se poderem unir.
Esta é uma missão que estimo muito, tal como a todos os que tentam dar o seu contributo para a cumprir.
Enviar um comentário