domingo, 6 de abril de 2014

Fazes-me falta tu!

Há momentos de clareza!
Após semanas embrenhadas em pensamentos confusos, negros, pesados chegou-me ao peito a certeza de que o que realmente me faz falta és tu.
O teu sorriso fácil, a forma como acenas para cima e para baixo quando eu falo, o ritmo acelerado como as palavras te saem pelo boca para tentar corresponder à rapidez do teu pensamento sem no entanto o conseguires.
A forma como te esqueces das coisas quando estás a falar por entretanto já estares a pensar em outras coisas, a forma como pensas, como te pões em causa, mesmo sendo tão segura de ti.
Faz-me falta rir das tuas parvoíces, olhar-te, brincar contigo.
Fazes-me falta tu.
Fazem-me falta vocês.
Faz-me falta a simplicidade que a vida toma ao vosso lado. A alegria, a felicidade inerente, mesmo quando os tempos são muito difíceis, mesmo quando não sabemos como resolver, mesmo quando não alcançamos o que sonhámos.
Aquilo que preciso encontro sempre, mesmo que se durma em cobertores que cheiram a humidade ou a pó, em roupa demais para combater o frio ou em camas improvisadas.
Faz-me falta o que me construiu humana, os laços que apertámos, a convivência, o dia a dia.
Faz-me ainda mais falta por ser tão distante, por ser longe, por ser quase impossível.
Obriga-me a procurar sentido na vida que faria sentido aí, mas que aqui se reveste de solidão e desumanidade.
Obriga-me a criar, a construir-me, quando a simplicidade e a harmonia está em sentar e receber.
Obriga-me a escolher. Obriga-me a decidir.
Nunca gostei de escolhas, nem decisões, nem jogos, nem de agarrar passarinhos a voar.
Por isso, fazes-me falta para me distrair deste trabalho que a solidão impõe sobre mim...
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