terça-feira, 24 de setembro de 2013

Memória de peixe...

A maioria das vezes, estamos num determinado momento da nossa vida e receamos levemente virmo-nos a esquecer ou pelo menos a não conseguir recordar com nitidez todas as emoções e partes que compõem o todo de uma situação: o aroma, a textura, o ritmo cardíaco, o sorriso, a luz, a temperatura...

Quantos de nós já não pedimos em silêncio um recipiente mágico capaz de reservar algum momento ou alguma emoção do desgaste do tempo que passa e da vida que não se cansa de correr...

Tantas vezes...

Mas hoje, dei por mim a pensar que a vida talvez não fosse de todo entediante se não passássemos de peixes de aquário, entre o laranja e o encarnado... Com memórias curtíssimas... 

Pensei na possibilidade de começar a cada segundo uma vida nova, experimentar a cada dois segundos a primeira consciência da sensação da felicidade, de estar apaixonado, de comer sushi...

Ter, neste caso, a inevitável capacidade para nos maravilharmos incansavelmente exatamente com as mesmíssimas coisas.

Sei, bem demais até, que este pensamento não obedece às leis da lógica e que a falta de memória e da consciência do que vão sendo as nossas percepções da vida e dos outros, não nos permitiria apaixonar-nos ou deliciar-nos com um belíssima paisagem, mas pareceu-me igualmente ridícula esta nossa tendência para ter medo de esquecer, quando... o que verdadeiramente nos marca, fica gravado na pele e não no cérebro ;)

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