quinta-feira, 23 de abril de 2020

#41 - sensação de família embrulhada em cartão com selo


"Tell your brother you're listening to his dreams
Tell your sister she is all you need
Tell your mother she is the only one
And your father has made you all that you've become
Harrison Storm - Sense of home

Estou em casa há 41 dias.
Muitos dias. Num isolamento muito isolado e individual. Porque a minha saúde assim o exige e porque a minha normal também é um pouco assim.
Às vezes deve-se à distância, outras vezes à falta de tempo e muitas vezes à necessidade que tenho de ter tempo para ser eu, para estar comigo, para me mimar.
Certo é que este isolamento se faz sentir no meu humor, no meu sono, no meu cansaço, na minha capacidade para ser mais do que um cumprir de obrigações que sinto serem muitas, todas ao mesmo tempo e sempre em atraso. Em constante mudança e adaptação e sem rumo certo.
Quem me conhece sabe que venço as novidades com tanto desgaste como sucesso.
No fim são os sorrisos e a sensação boa de ter vencido, mas os inícios enchem-me a cabeça de ideias e formas de fazer, de pesquisas, de antecipações, de conversas sobre o que penso.
Neste caso nada disso parece justificar-se. Perdi-me neste novo mundo. Tenho dificuldade em saber como fazer o meu trabalho, em saber o que espera o país de mim como professora, o que esperam os pais, o que esperam os alunos, o que espero eu...
Têm sido dias muito difíceis e também eu penso muitas vezes em desistir.
Mas também eu já passei por muitos abismos pessoais e sempre me reconstruí.
Começo devagar a partilhar as coisas que me alegram, tanto para me consciencializar como na ideia de que alguém possa começar a olhar a vida com olhos mais meigos.
E é muito o que, ao longo do dia, me vai animando, dando esperança e espicaçando a minha capacidade de ir mais além e fazer diferente. Esperar mais, fazer mais, conseguir mais, ser mais.

Hoje partilho o que foi o momento mais feliz do meu dia. Recebi uma encomenda de casa.
Com cartas de correio, postais pintados pelo pai, máscaras feitas pela mãe, chocolatinhos da Páscoa, aneis que ficaram lá por casa quando o regresso se esperava breve. Tudo arrumadinho com tanto cuidado. Impossível que ao abrir a caixa não recebesse uma enorme lufada de amor. Sorri. Ri. Fiz um vídeo. Agradeci. Emocionei-me. Fui muito mais feliz ontem com este miminho.
Já passaram quase dois meses. Custa.
Felizmente estamos todos bem e isso protege o nosso coração de quebrar, mas as saudades já são muitas. As nossas pessoas ganharam um valor diferente. São as nossas. São as que queríamos abraçar e acalmar. São as que não queremos saber doentes nesta distância física e obrigatória. São as que queremos continuar a ver motivadas e a fingirem-se esquecidas da crise económica que nos afetará fortemente. São as pessoas que nos compreendem de verdade, são as que nos querem sempre bem, são as únicas em que confiamos. São as nossas.

Tradução não literal das palavras acima:

Diz às tuas irmãs que estás sempre disponível
para ouvir e discutir os seus sonhos
Diz aos teus sobrinhos que eles são tudo
o que precisas para sorrires e seres feliz
Diz à tua mãe que ela é única.
Mesmo única!
Diz ao teu pai que a pessoa em que te tornaste
se deve, em muito, a ele.


I do not own the rights of the music. If any producer or label has an issue with this song, please get in contact with me and I will
delete it immediately

domingo, 5 de abril de 2020

Seis sessões












Um filme enigmático, de certa forma cru e em tantos aspetos romântico. Uma abordagem pouco comum à vida das pessoas com deficiência.
Para mentes sem tabus 😉

O Corvo Branco

Uma expressão que se refere a alguém especial, fora do sistema... Um filme sobre regras e liberdade. 
Sobre a arte, sobre a beleza, sobre a alma.
Um filme sobre a igualdade.

A distância entre nós




         Um filme sobre o valor de um simples toque, que acaba por o ser também sobre o valor da vida e da forma como reagimos ao que nos acontece.

Copyright © T&M
Design by Fearne