terça-feira, 12 de março de 2019
A Felicidade.
"O cérebro de... era uma massa inerte quente e mole. Encostou a cabeça às costas de ... e adormeceu. Quando acordou o velho estava a comer talhadas de melão que pusera a refrescar num balde de água fresca. A seu lado,... também comia com a mão cheia de tremuras.
- É bom - disse o velho.
- Mas verde - disse...
- Mas é bom - replicou o velho.
- Mas é verde - insistiu...
O guarda fitou-o, tentando averiguar se queria bulha. Percebeu que não. Nem lhe respondeu. Mastigava calmamente e pensava: "Por mais que este idiota diga, o melão saiu-me bom." Sorriu e pensou que, fosse como fosse não brigaria: era o cliente e o cliente tem sempre razão. Precisava das pesetas de ..., porque era velho e tinha medo. E sabia que naquela altura, na cidade de Barcelona, ser velho era das piores coisas que se podia ser."
Frases e vocabulário simples e acessível que nos enredam num dia a dia escuro, frio, desigual e misterioso onde as personagens vão aparecendo sem serem anunciadas. Mais um autor que retrata o dia a dia sem pretensão de mostrá-lo mais do que simplesmente é: especial.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Enviar um comentário