Nunca se espera que todos os seres nasçam com o mesmo tempo de gestação ou que todos os frutos apareçam no Verão, por ser simplesmente o que queremos, o que nos é melhor, o que é mais "normal".
Deixamos que a natureza leve o seu tempo para se revelar, para se recompor. Não a apressamos, não a criticamos, não desistimos dela.
Damos-lhe crédito apesar das infindáveis noites de frio, as arrepiantes ventanias, os desconfortáveis dias de chuva, os tórridos almoços de Verão, os frutos apodrecidos, os galhos partidos... enfim, damos-lhe crédito e tempo.
Deixamos que recupere... devagar... uma e outra vez...
Deixamos que o tempo passe lentamente até que em terrenos negros surgem indícios verdes, fraquinhos, quase que deslocados.
Olhamos os milagres da natureza divididos entre a razão que nos aponta as evidências de que era assim que iria acontecer e a alma que se espanta com a maravilha dos renascimentos...
Ficamos felizes com o aparecimento da primeira folha na planta do vaso lá de casa, com as primeiras flores silvestres na beira da estrada, com o arco-íris, com as primeiras chuvas de Verão, com as tonalidades do Outono.
Não pressionámos, não apressámos. Ficámos felizes quando aconteceu.
Vivemos as nossas vidas adaptando os nossos hábitos à natureza que nos envolve.
Respeitamos e distanciamo-nos o suficiente para não lhe prestar demasiado cuidado.
Deixamos que leve o tempo que precisa para recuperar...
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