segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

12 Badaladas

Que me deixe florir
Que liberte o aroma das pétalas
Que saiba andar de jarra em jarra
De vaso em vaso
Sem ter medo de criar raízes
Se tal se proporcionar

Que crie espaço e pólen no meu interior
Para poder receber
Para ter o que oferecer
Que me saiba dar
E nos outros reconhecer

Que me alimente de mim mesma
Do que fui, do que quero ser
Que me envolva nos outros
na doçura, no querer

Que me voltem a encantar
Que os meus olhos tenham o que admirar
E que o brilho com que se vestem
seja o de voltar a acreditar

Tempo

Nunca se espera que todos os seres nasçam com o mesmo tempo de gestação ou que todos os frutos apareçam no Verão, por ser simplesmente o que queremos, o que nos é melhor, o que é mais "normal".
Deixamos que a natureza leve o seu tempo para se revelar, para se recompor. Não a apressamos, não a criticamos, não desistimos dela.
Damos-lhe crédito apesar das infindáveis noites de frio, as arrepiantes ventanias, os desconfortáveis dias de chuva, os tórridos almoços de Verão, os frutos apodrecidos, os galhos partidos... enfim, damos-lhe crédito e tempo.
Deixamos que recupere... devagar... uma e outra vez...
Deixamos que o tempo passe lentamente até que em terrenos negros surgem indícios verdes, fraquinhos, quase que deslocados.
Olhamos os milagres da natureza divididos entre a razão que nos aponta as evidências de que era assim que iria acontecer e a alma que se espanta com a maravilha dos renascimentos...
Ficamos felizes com o aparecimento da primeira folha na planta do vaso lá de casa, com as primeiras flores silvestres na beira da estrada, com o arco-íris, com as primeiras chuvas de Verão, com as tonalidades do Outono.
Não pressionámos, não apressámos. Ficámos felizes quando aconteceu.
Vivemos as nossas vidas adaptando os nossos hábitos à natureza que nos envolve.
Respeitamos e distanciamo-nos o suficiente para não lhe prestar demasiado cuidado.
Deixamos que leve o tempo que precisa para recuperar...

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Made to Love



Gosto da música, mas o video é super interessante!

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Gravado em nostalgia

"...
Dizem que o tempo leva
Ele não te leva a ti
E eu que já lhe 
pedi...
...

....
Se imaginei, amor, em ti
A minha utopia
Dizem que o tempo esquece
Ele gravou-te em nostalgia
E eu que já lhe disse
que não queria...

Mente-me...
....
...
E mato a sede na ilusão
De gostares de mim...

Eu sei que te esperei
Que te chamei nas horas vagas
E que até implorei
Quando disseste que não voltavas

Dizem que o orgulho esquece
A razão de tanto mágoa
Mas o meu esmorece
Por tua causa

...
...
Dizem que quem partiu acaba 
por desaparecer...
....
...."

Carolina Deslandes

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